Uma vigília foi realizada em frente a Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (21), onde há 30 anos oito adolescentes foram assassinados pela Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ). O movimento “Candelária nunca mais” ocorre desde 2011 e reúne famílias de vítimas de operações e chacinas. Cerca de 40 pessoas estiveram presentes.
Os parentes das vítimas acenderam velas próximo à cruz em homenagem aos adolescentes e fizeram falas emocionadas pedindo por justiça e reparação. A ação é organizada por Patrícia Oliveira, irmã de Wagner dos Santos, principal testemunha do crime. Atualmente ele mora fora do país e faz parte de um programa de proteção à testemunha. A vereadora do Rio Mônica Cunha (PSOL), fundadora do Movimento Moleque, também esteve presente.
Relembre o caso
Na noite de 23 de julho de 1993, oito crianças e adolescentes foram brutalmente assassinados por policiais militares em frente à Igreja da Candelária. Pelo menos 50 jovens viviam na região próxima ao local. De acordo com o inquérito realizado na época, o crime teve como causa um conflito entre os policiais militares e o adolescente apelidado de “Come Gato”, de 17 anos, visto como o líder dos menores envolvidos.
Dias antes, “Come Gato” teria sido levado a uma delegacia após ser acusado de fornecer “cola” para as crianças cheirarem. No entanto, ele foi liberado porque possuía uma nota fiscal do produto, que não era uma substância ilegal. As crianças atiraram pedras em uma viatura policial. No dia seguinte ocorreu a chacina.
Nelson Oliveira dos Santos, Marco Aurélio Dias de Alcântara, Marcos Vinícios Emmanuel foram condenados a 45, 204 e 300 anos de prisão pelo crime. Arlindo Afonso Lisboa Júnior foi condenado a dois anos de pena por ter em seu poder uma das armas usadas no crime. Atualmente os quatro estão em liberdade.