Um jovem palestino de 17 anos foi morto, nesta sexta-feira (21), por militares Israelenses no território ocupado da Cisjordânia. A informação é do portal palestino Wafa e do portal Alzajazeera. O menino foi vítima dos soldados por ter atirado pedras contra eles, segundo informações da Associated Press. Essa é apenas uma das mortes em meio à violência contínua na região.
O adolescente foi identificado pelo Ministério da Saúde palestino como Muhammad Fouad Atta al-Bayed. Ele foi baleado na cabeça pelas tropas israelenses no vilarejo de Umm Safa, próximo à cidade de Ramallah, e levado a um hospital ainda com vida. No entanto, o jovem não resistiu aos ferimentos. Ainda segundo o Wafa, outro palestino também apresenta ferimentos graves no abdômen, mas não há mais informações sobre seu estado de saúde.
Os militares utilizaram armas de fogo, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral durante o confronto com moradores locais.
A morte de al-Bayed ocorre em meio a um período de violência que já dura um ano, marcado por repetidas incursões israelenses na Cisjordânia ocupada, que não mostra sinais de redução na violência. Mais de 150 palestinos foram mortos por soldados israelenses desde o início de 2023 no território palestino.
No início deste mês, autoridades de saúde palestinas disseram que Abdel-Jawad Hamdan Saleh, de 24 anos, também foi morto em Umm Safa, com tiros no peito deferidos por tropas israelenses durante uma manifestação.
No mês passado, seis palestinos foram mortos no campo de refugiados de Jenin durante uma incursão militar israelense em larga escala. Como forma de retaliação, quatro israelenses foram mortos em um posto de gasolina entre as cidades palestinas de Ramallah e Nablus. A morte dos israelenses também teve uma resposta rápida. O vilarejo de Umm Safa, na Cisjordânia, foi invadido e casas e veículos foram incendiados.
O incêndio de casas e propriedades em Umm Safa atraiu uma rara condenação do porta-voz da mídia internacional do exército israelense, que condenou o motim dos compatriotas como “atos de terror”, informou o The Times of Israel.
O líder da oposição ao governo de Israel, Yair Lapid, disse que a violência “ultrapassa todas as linhas”. “Incendiar casas e carros de inocentes é desumano e definitivamente não é judeu. O primeiro-ministro [Benjamin] Netanyahu precisa condenar essa desgraça e lidar com ela com severidade. Isso é uma desgraça moral e uma ameaça à segurança”, tuitou Lapid.
O chefe de direitos humanos das Nações Unidas, Volker Turk, alertou que “a violência, junto com a retórica inflamatória, servem apenas para levar israelenses e palestinos mais fundo num abismo”.
Matéria com informações dos portais Aljazeera, Wafa e Haaretz.