Demanda por crédito sofre maior diminuição desde 2008

Imagem: Agência Brasil

A procura por crédito no primeiro semestre deste ano registrou a maior queda desde 2008, com um recuo de 12,5%, de acordo com o Indicador de Demanda dos Consumidores por Crédito da Serasa Experian. A redução na busca por recursos financeiros foi influenciada pelos altos juros, que desestimulam os consumidores, e pelos elevados índices de inadimplência, representando um risco para os credores.

A pesquisa revelou que a baixa procura ocorreu em todas as faixas de renda, sendo mais acentuada entre os que recebem até R$ 500, com uma queda de 14,4%. As demais faixas também apresentaram retração: entre R$ 500 e R$ 1 mil (-13,8%), R$ 1 mil a R$ 2 mil (-11,5%), R$ 2 mil a R$ 5 mil (-10,6%), R$ 5 mil a R$ 10 mil (-10%) e acima de R$ 10 mil (-9,5%).

O economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, apontou que o cenário não surpreende e destacou que a desaceleração do mercado de crédito pode melhorar a partir do segundo semestre, impulsionada pela queda dos juros.

No entanto, o baixo interesse por crédito acontece em um momento de aumento da inadimplência. Segundo a Serasa, o número de pessoas com contas atrasadas chegou a 66,8 milhões em junho, o maior patamar desde 2016. Dívidas contraídas em bancos e cartões representam 27,8% dos atrasos, seguidas por despesas básicas como água, luz e gás com 22,6%.

A iniciativa do governo Lula, o Desenrola Brasil, começou a primeira etapa de renegociação de dívidas, beneficiando quem possui débitos bancários de até R$ 100. A expectativa é que a situação melhore a partir do programa, que prevê também uma segunda etapa em setembro, para renegociar dívidas de até dois salários mínimos.

Todas as regiões do país registraram queda na procura por crédito no primeiro semestre, com o Amapá liderando a retração (-25%), seguido pelo Rio de Janeiro (-22,5%) e Alagoas (-21,5%). São Paulo teve um recuo de 8,4% na busca por crédito.

Ruann Lima: Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF
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