A cobertura vacinal de crianças apresentou uma melhora significativa em 2022 após uma queda durante a pandemia de COVID-19, conforme apontado por dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Comparando-se com o ano anterior, 4 milhões a mais de crianças foram atendidas pelos serviços de imunização, um indicativo de que os esforços para combater o retrocesso na vacinação estão surtindo efeito.
Embora os números mostrem uma recuperação, ainda há desafios a serem enfrentados. A falta de vacinação contra o sarampo tem colocado cerca de 35,2 milhões de crianças em risco de infecção. Embora a cobertura da primeira dose da vacina contra o sarampo tenha aumentado em 2022, atingindo 83%, ainda não alcançou o patamar de 86% registrado em 2019, antes da pandemia. Isso resultou em 21,9 milhões de crianças não recebendo a vacinação rotineira contra o sarampo no primeiro ano de vida, e outras 13,3 milhões não recebendo a segunda dose, aumentando o risco de surtos em comunidades com baixa cobertura vacinal.
A imunologista Cláudia Valente alerta que a situação é preocupante, já que o sarampo pode levar à morte de crianças menores de um ano e causar complicações graves, como encefalite e comprometimento do sistema nervoso central. Por outro lado, a vacinação adequada pode evitar essas situações.
Durante a pandemia de COVID-19, muitos pais deixaram de vacinar seus filhos, mas agora estão buscando atualizar as carteiras de vacinação. Os postos de saúde estão abertos e até mesmo abrindo aos sábados em algumas regiões, oferecendo vacinas de rotina.
Em relação às Américas, a região conseguiu interromper o declínio na cobertura de vacinação em 2022. Embora a cobertura da primeira dose da vacina contra o sarampo tenha caído para 84%, a imunização contra outras doenças, como difteria, tétano, coqueluche, poliomielite, papilomavírus humano e rotavírus, melhorou. No entanto, ainda há 1,3 milhão de crianças desprotegidas contra doenças perigosas na região.
Apesar do progresso, é fundamental que os esforços continuem para garantir que todas as crianças recebam as vacinas necessárias e estejam protegidas contra doenças potencialmente graves. A conscientização e ações contínuas são cruciais para alcançar altas taxas de cobertura vacinal e garantir a saúde e segurança das crianças.
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