Nesta quinta-feira (20), a Justiça de São Paulo anunciou que recebeu a denúncia do Ministério Público e tornará o preparador físico uruguaio Sebastián Avellino Vargas, vinculado ao time de futebol Universitario, do Peru, réu pelo crime de racismo. A decisão ocorre após Vargas ter feito gestos racistas em direção à torcida do Corinthians durante o confronto entre os dois clubes pela Copa Sul-Americana, ocorrido no dia 11 deste mês.
Entretanto, a justiça negou o pedido da promotoria para que a prisão preventiva fosse mantida. Com isso, o réu poderá responder em liberdade. No texto, a justiça afirmou que o preparador terá dez dias para responder à acusação por escrito.
Após a decisão, Sebástian deverá retornar ao Peru e retomar suas atividades normalmente, devendo permanecer disponível para qualquer solicitação relacionada ao processo. Desde o início, o Universitario defendeu a inocência do funcionário. Durante o processo, o procurador Pedro Henrique Pavanelli Lima, do Gecrardi (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância), destacou a ausência de vínculos do acusado com o Brasil como justificativa para não manter a prisão preventiva.
“Tal circunstância, vale registrar novamente, não retira a carga vil e desproporcional do ato imputado, mas não emana de tal episódio que o denunciado, quando colocado em liberdade provisória, represente um perigo para a sociedade ou que coloque em risco à ordem pública”, diz o trecho da decisão do juiz Antonio Maria Patiño Zorz.
Relembre o caso
Durante o jogo de ida entre o Corinthians e o Universitário, válido pelos playoffs para as oitavas de final da Copa Sul-Americana, o preparador foi flagrado fazendo gestos racistas em direção à torcida corinthiana. Após a partida, ele passou por uma audiência de custódia no Fórum Criminal Ministro Mário Guimarães e foi preso preventivamente. Desde então, a defesa de Sebastián tem buscado um habeas corpus para o caso, com o objetivo de obter sua liberação enquanto o processo continua em andamento.