O diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, ex-número dois do Ministério da Fazenda durante o governo Lula, revelou uma situação inusitada ao perceber que suas entrevistas estavam sendo boicotadas pela instituição. O BC discutiu internamente a possibilidade de uma norma que exigiria a aprovação do presidente da instituição, Campos Neto, para qualquer comunicação com a imprensa, mesmo que essa regra não tenha sido oficialmente implementada.
A descoberta aconteceu quando Galípolo notou que um padrão estava se repetindo: a assessoria de imprensa do BC não repassava a ele os pedidos de entrevistas feitos pelos jornalistas. Quando os repórteres entravam em contato diretamente com o diretor, eram orientados a formalizar o pedido através da comunicação do banco, o que é uma prática comum em órgãos públicos e grandes empresas. No entanto, os pedidos de entrevistas nunca chegavam a Galípolo, que permanecia alheio a essas solicitações.
O resultado era que os jornalistas recebiam respostas negativas a seus pedidos de entrevistas com o diretor, sem que Galípolo sequer tivesse sido consultado. A situação, segundo ele, gerou surpresa e levanta questionamentos sobre a transparência e a autonomia dos diretores do Banco Central.
Integrantes do BC foram ouvidos a respeito do assunto e afirmaram que a norma não chegou a ser aprovada oficialmente pela diretoria, mas confirmaram que, de alguma forma, ela foi aplicada de maneira não oficial contra Galípolo.
Diante desse cenário, surgem questionamentos sobre a liberdade de expressão dos diretores do Banco Central e o papel da assessoria de imprensa na comunicação com a mídia. A ausência de comunicação direta com o diretor pode prejudicar a transparência das ações do BC e levanta dúvidas sobre a gestão da instituição.
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