Relatório da CGU revela rombo de R$ 202 bilhões na gestão de Bolsonaro, em 2022

Ex-pres. Jair Bolsonaro saindo no aeroporto de Brasiíla durante entrevista coletiva.| Sérgio Lima/Poder360 29.jun.2023

Relatórios de auditoria elaborados pela Controladoria-Geral da União (CGU) apontaram distorções contábeis alarmantes de R$ 202 bilhões em cinco ministérios durante o último ano do governo Jair Bolsonaro. Os documentos, referentes ao exercício financeiro de 2022, foram publicados em abril deste ano, mas somente agora foram notificados, trazendo à tona as falhas na gestão.

No Ministério da Agricultura, a CGU identificou inconsistências no valor de R$ 142,9 bilhões, com a maior parte das distorções, no montante de R$ 134 bilhões, relacionadas a falhas contábeis no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão que fazia parte da Pasta na gestão de Bolsonaro. As irregularidades envolvem imóveis do Incra e falhas na contabilização dos programas Fundo de Terras, Reforma Agrária e Funcafé.

Já no Ministério da Educação (MEC), as falhas somaram R$ 17,1 bilhões, levando os auditores da CGU a concluírem que os registros não refletem adequadamente a situação patrimonial, o resultado financeiro e os fluxos de caixa da Pasta. Especial atenção foi dada ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), onde foram encontradas distorções de R$ 782 milhões, com valores discrepantes reconhecidos contabilmente pelo MEC, Caixa e Banco do Brasil.

No Ministério da Saúde, a auditoria apontou falhas de R$ 15,9 bilhões, afetando os controles internos de pagamento de despesas, gestão de controle de medicamentos e perda de estoques. Enquanto isso, no Ministério da Cidadania, a CGU encontrou distorções de R$ 6,3 bilhões, atribuídas a falhas nos controles de pagamento aos beneficiários dos programas Auxílio Brasil e Auxílio Gás, incluindo estornos, benefícios não sacados e pagamentos indevidos a famílias não elegíveis.

O antigo Ministério da Infraestrutura também foi alvo das auditorias, revelando falhas no valor de R$ 20,3 bilhões, com destaque para distorções de R$ 2,3 bilhões decorrentes de registros equivocados nas contas de créditos a receber de concessões de aeroportos.

Após detectar as graves distorções, a CGU recomendou aprimoramento dos controles internos em todos os ministérios para corrigir as falhas identificadas. As auditorias chamam a atenção para a necessidade de maior rigor e transparência na gestão pública, visando a evitar perdas vultosas aos cofres do país.

Ruann Lima: Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.