O presidente Lula retorna ao Brasil nesta quarta-feira (19) com o objetivo de estabelecer os papéis dos partidos do Centrão, como o Republicanos e o PP, dentro dos principais cargos de seu governo. Segundo pessoas próximas ao presidente, ele dedicará os próximos dois dias, quinta e sexta-feira, a reuniões com membros-chave de sua equipe para deliberar sobre a configuração da nova composição ministerial.
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Na semana seguinte, Lula iniciará discussões com líderes partidários sobre a distribuição de cargos e a exata participação de cada partido em diferentes pastas ministeriais. A inclusão do PP e do Republicanos no governo de Lula é confirmada, e a presença de figuras como os deputados Silvio Costa Filho e André Fufuca já não é mais mantida em sigilo entre os colaboradores mais próximos do presidente.
Na terça-feira, o líder do governo na Câmara, José Guimarães, declarou que a proposta está firmemente estabelecida, após participar de uma reunião com os dois parlamentares conduzida pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Durante o encontro com Costa Filho e Fufuca, Padilha transmitiu uma mensagem enviada por Lula, indicando que, entre os ministérios disputados pelo Centrão, apenas a pasta da Saúde está fora de consideração. Essa informação teria animado Costa Filho, que tem interesse na pasta dos Esportes, atualmente ocupada por Ana Moser — a quem Lula já garantiu a permanência no cargo.
Padilha também indicou aos deputados que o governo está trabalhando em uma nova estrutura ministerial para acomodá-los, mas é consciente de que isso não garantirá que todas as bancadas votem sempre alinhadas com os interesses do governo federal.
Dessa forma, considerando a possibilidade de atrair mais votos dessas legendas, mas sem a perspectiva de obter uma aderência total em votações importantes, as negociações precisarão ser conduzidas com cautela, de modo a não desagradar os partidos que já fazem parte da base e que têm receios de perderem espaço, como o PSB, o MDB e o PSD.