Dezenas de mulheres afegãs foram às ruas no centro de Cabul, capital do Afeganistão, nesta quarta-feira (19), para protestar contra a proibição dos salões de beleza feita pelo Talibã. O grupo paramilitar usou mangueiras de incêndio, tasers e armas de fogo para interromper o protesto, segundo relatos obtidos pelo portal DW.
Pelo menos 60 mulheres participaram das manifestações, que chamaram a atenção dos guardas, já que os protestos públicos são um evento raro no Afeganistão.
No final de junho, as autoridades do Talibã ordenaram que milhares de salões de beleza administrados por mulheres em todo o país fechassem dentro de um mês, alegando que os serviços oferecidos são proibidos pelo Islã.
As manifestações representam a agonia de milhares de pessoas que ganham a vida com esse tipo de negócio e não possuem outra fonte de renda, indo contra a repressão do Estado pela luta por seus direitos.
“Queríamos nosso direito de trabalhar e o cancelamento do pedido. Mas o Talibã respondeu com canhões de água e tiros aéreos e levou embora algumas meninas”, disse um artista de beleza no protesto, segundo o DW.
A missão da ONU no Afeganistão criticou as ações do Talibã na remoção dos manifestantes.
“Relatos da repressão vigorosa de um protesto pacífico de mulheres contra a proibição de salões de beleza – a mais recente negação dos direitos das mulheres no Afeganistão – são profundamente preocupantes”, disse em um tuíte.
Desde que assumiu o poder em 2021, o governo barrou meninas e mulheres de escolas e universidades, proibiu-as de visitar parques e academias e também ordenou que se cobrissem em público.
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