Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, afirmou nesta quarta-feira (19) que há possibilidade de o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) encerrar o ano dentro do intervalo estabelecido como meta de inflação. O CMN (Conselho Monetário Nacional) definiu a meta em 3,25%, com uma margem de tolerância que varia de 1,75% a 4,75%.
“Há uma expectativa do IPCA terminar este ano dentro do limite superior, da banda superior da meta de inflação. Essa perspectiva não estava no horizonte há alguns meses atrás”, afirmou em entrevista a jornalsitas.
De acordo com o Boletim MacroFiscal divulgado nesta quarta-feira (19), a projeção para o IPCA é de 4,85%. Essa estimativa representa uma redução em relação à projeção de maio, que estava em 5,58%.
Conforme indicado no relatório, a expectativa de inflação foi revisada para baixo devido à redução nos preços da gasolina, diesel e gás de botijão nas refinarias. Além disso, as revisões nas tarifas de energia elétrica e de ônibus urbanos também foram consideradas como fatores que contribuíram para essa revisão.
Em 2022, a inflação no Brasil ficou acima da meta estabelecida. O Banco Central atribuiu esse resultado à elevação do preço do barril de petróleo e à retomada da economia após um período de instabilidade. O IPCA registrou 5,79% no ano passado, enquanto a meta estabelecida era de 3,5%, com um de 5%.
O secretário também expressou sua avaliação de que a perspectiva do governo é de uma considerável redução na taxa Selic, que pode encerrar o ano em 12%, alinhando-se com a previsão do mercado. Atualmente, a taxa básica de juros está mantida em 13,75% desde agosto de 2022.
“A perspectiva de preços de juros é de melhoria daqui para frente, mas temos ainda um caminho para avançar do ponto de vista da política monetária”
Na ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada em junho, o Banco Central sinalizou que, caso o processo de desinflação continue nos próximos meses, poderá iniciar a revisão da taxa Selic. O presidente Lula e o governo têm feito críticas ao nível atual dos juros, expressando preocupações com o impacto na economia.
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