Durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Ataques Antidemocráticos, foi relatado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que existem sinais que sugerem a participação do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, em atividades relacionadas aos atentados ocorridos em Brasília.
Além disso, a comissão considerou a possibilidade de deter Vasques por falso testemunho no dia em que ele prestou depoimento perante a comissão, em 20 de junho.
A defesa do Senado afirmou que a CPMI defende a quebra do sigilo telefônico e bancário de Silvinei Vasques após ele ter prestado depoimento. Essa medida está sendo questionada no STF pela equipe de defesa do ex-diretor, que alega não ter qualquer envolvimento com os atentados.
A equipe de defesa de Vasques recorreu ao STF para contestar a aprovação da quebra de seus sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático, que ocorreu na última terça-feira da semana passada (11). O ministro Luís Roberto Barroso concedeu um prazo de 48 horas para a comissão fornecer as informações necessárias.
A fim de conduzir uma investigação minuciosa do caso, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) considera essencial a obtenção do acesso aos dados sigilosos. “Após a oitiva do impetrante como testemunha, o colegiado entendeu haver indícios de que o impetrante teria participado, enquanto diretor-geral da PRF, de possíveis fatos preparatórios ao 8 de janeiro. Chegou-se a cogitar, inclusive, a prisão do impetrante por falso testemunho”, disse a advocacia do Senado.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) está investigando a atuação de Vasques durante sua gestão na PRF no dia do segundo turno das eleições de 2022. Nesse dia, a corporação realizou operações no Norte e Nordeste, que tiveram impacto no deslocamento dos eleitores que se dirigiam para votar. É importante destacar que esses eventos ocorreram durante o governo de Jair Bolsonaro, a quem Silvinei manifestou seu apoio publicamente nas eleições de 2022.