O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) protocolou uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra os deputados Ricardo Salles (PL-SP) e Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), alegando que ambos quebraram o decoro parlamentar ao praticarem misoginia contra Sâmia Bomfim (PSOL-SP) durante uma sessão realizada na semana passada.
De acordo com documentos obtidos pelo jornal O Globo, o PSOL acusa os parlamentares de utilizarem misoginia como forma de silenciar a fala de Sâmia. Além disso, o partido destaca a falta de punição para o deputado General Girão (PL-CE).
A sessão em questão foi marcada por um confronto entre deputados governistas e oposicionistas. Tudo teve início quando Zucco ameaçou interromper a sessão caso Sâmia não permitisse que os demais parlamentares falassem. Em seguida, Girão afirmou que respeitava todas as mulheres “por serem responsáveis pela procriação e pela harmonia da família”, gerando revolta dentro e fora da comissão.
Durante o embate, os parlamentares trocaram ofensas e Girão chegou a solicitar a retirada da deputada da sessão pela Polícia Legislativa. O presidente, agora representado, ameaçou interromper a sessão e afirmou que também entraria com uma representação no Conselho de Ética contra a deputada do PSOL.
O PSOL destaca no documento as participações de Zucco e Salles ao longo da sessão. Também é mencionada uma postagem do relator nas redes sociais, na qual Salles utilizou um emoji de hambúrguer para se referir à alimentação de Sâmia. Trechos do documento afirmam que “dentro e fora do ambiente do Parlamento, o Representado (Ricardo Salles) é desrespeitoso e viola o decoro parlamentar”.
Vale ressaltar que esta não é a primeira vez que os parlamentares do PSOL tomam medidas legais contra os integrantes do campo bolsonarista. No mês passado, Sâmia Bomfim acionou o Ministério Público Federal (MPF) contra Ricardo Salles por abuso de autoridade, advocacia administrativa e invasão de domicílio durante uma diligência realizada pelo colegiado em municípios de São Paulo. Por sua vez, Talíria Petrone (PSOL-RJ) enfrentou um processo de cassação por mencionar a Polícia Federal (PF) em uma sessão da CPI.