O presidente Lula cobrou os países desenvolvidos a honrarem os compromissos financeiros assumidos para a preservação do meio ambiente. Ele destacou que muitas nações fazem promessas “da boca para fora”, sem cumprir efetivamente, o que acaba “alimentando a ilusão em países pobres” economicamente. Além disso, Lula defendeu a ideia de que os países europeus devem fornecer recursos para a construção de fábricas de transformação industrial.
“Tem muita coisa da boca pra fora. A primeira COP que participei para discutir a questão ambiental foi em 2009, na Dinamarca. […] Ali, as pessoas prometeram que iam dar US$100 bi por ano para ajudar a cuidar do planeta, até agora não deram e me parecem que não querem dar”, disse Lula, em sua live.
O mandatário encontra-se atualmente em Bruxelas, na nação belga, engajado em uma reunião conjunta entre a União Europeia e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
“E eu disse na reunião, é melhor dizer a verdade. Não quer dar o dinheiro, diga que não vai dar. Não fica alimentando ilusão em países pobres. Um país como o Brasil não tem que ficar implorando dinheiro.”
Lula ressaltou, porém, que o Brasil possui uma abundância de recursos e que não necessita desses fundos tanto quanto outras nações menos desenvolvidas.
O presidente também advogou a favor do suporte financeiro por parte de países mais ricos para as indústrias de transformação de “materiais críticos”, permitindo assim que as nações que detêm essas matérias-primas possam se industrializar.
“Está tendo um discurso novo na UE, que é importante as pessoas prestarem atenção. Na UE, o discurso da moda é o seguinte: os países que têm materiais críticos, ou minérios, urânio, lítio, eles estão agora com o seguinte discurso, que esses países não podem exportar minério, eles precisam fazer a transformação no seu país para poder ter indústria, para poder gerar emprego, melhorar a capacidade de rentabilidade do país”, afirmou o presidente.