Sérgio Eduardo Busato, o delegado da Polícia Federal (PF) encarregado de formalizar o cumprimento da ordem judicial que resultou na soltura de Lula em 2019, foi designado para atuar na CPI que investiga a manipulação de resultados no futebol brasileiro. Na época, Busato era o superintendente substituto da PF no Paraná, onde Lula ficou preso por 580 dias.
Porém, a demora de Busato para cumprir o despacho de soltura emitido pela 12ª Vara Federal de Curitiba causou irritação tanto na defesa de Lula quanto no próprio líder petista. Alegando a necessidade de verificar se havia outros mandados de prisão contra Lula, o delegado retardou a liberdade do atual presidente da República por algumas horas.
O documento que formaliza a designação do investigador para a comissão foi assinado pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos.
“Cumprimentando-o, e em atendimento ao ofício 18/2023-P, informo que o Delegado de Polícia Federal SERGIO EDUARDO BUSATO apoiará os trabalhos da CPI”, escreveu o diretor-geral. “Dr. Busato possui grande experiência na área investigativa e temos a certeza de que seu auxílio trará excelentes resultados aos importantes trabalhos da comissão”, afirmou Passos.
Durante a formação de sua equipe, Andrei Passos chegou a selecionar Busato para um cargo de liderança no Rio Grande do Sul, porém, a nomeação foi posteriormente anulada. O motivo foi a falta de aceitação do nome por parte dos aliados do presidente Lula.
Busato foi o segundo em comando na PF do Paraná durante parte do período em que Lula esteve preso e posteriormente atuou como o principal responsável pela detenção do líder petista, até sua libertação. Documentos do processo indicam que foi Busato quem assinou o despacho para a ordem de soltura de Lula. Antes disso, ele foi encarregado da Operação Étimo, uma versão gaúcha da Lava-Jato.
Atualmente, o delegado está trabalhando na Polícia Federal do Rio Grande do Sul e terá os custos de sua viagem pagos pela CPI para atuar na comissão em Brasília.