Desde a criação do partido Republicano, a bancada associada à Igreja Universal do Reino de Deus tem exercido significativa influência, mas recentemente tem enfrentado dificuldades em obter espaços dentro da legenda, devido à pressão exercida por outras facções, incluindo apoiadores do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e parlamentares ligados ao grupo político conhecido como Centrão.
Segundo o Globo, essa situação tem gerado um cenário de competição interna pela representatividade dentro do partido.
A insatisfação com a redução da influência dos pastores, que foram substituídos em diretórios estaduais importantes, como no Rio, São Paulo e Minas, ao longo deste ano, foi trazida em conversas confidenciais ao presidente nacional do partido Republicano, o deputado federal Marcos Pereira (SP), que também é bispo da Igreja Universal.
A ala política da igreja não esteve envolvida nas negociações por posições no governo Lula (PT). O deputado Silvio Costa Filho (PE), que foi considerado para o cargo de Ministro do Esporte, é um aliado tanto de Lula quanto do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas não possui vínculos com a igreja. Em governos anteriores, a Universal indicou nomes para ministérios, como Marcelo Crivella, que foi Ministro da Pesca durante a gestão da Presidente Dilma, e o próprio Pereira, que foi Ministro da Indústria no governo do Presidente Michel Temer.
Dentro do partido, a análise é de que as lideranças atuais da igreja, como o bispo Renato Cardoso, manifestaram uma forte oposição ao PT durante a campanha eleitoral, o que torna difícil estabelecer um diálogo com a administração de Lula. É importante mencionar que Cardoso é genro do bispo Edir Macedo, fundador da Universal, que anteriormente mantinha comunicação com governos petistas antes de apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.