De acordo com um alto funcionário da Casa Branca, os Estados Unidos acreditam que existe uma probabilidade significativa de que a Coreia do Norte realize outro “teste nuclear” após o lançamento de um míssil balístico intercontinental pelo regime comunista na semana passada.
“Durante algum tempo, tem me causado preocupação que a Coreia do Norte realize o que seria seu sétimo teste nuclear ao longo de vários governos. E sigo preocupado com isso”, afirmou Jake Sullivan, assessor de Segurança Nacional, ao programa de entrevistas “Face the Nation”, da emissora CBS.
“Não vejo nenhuma indicação imediata de que isso vai acontecer. Mas não seria uma surpresa se a Coreia do Norte seguisse em frente com outro teste nuclear relacionado à sua capacidade de mísseis balísticos intercontinentais”, declarou.
Sullivan ressaltou que o governo norte-coreano tem realizado testes de capacidade nuclear há muitos anos e “continuou a fazê-los”.
Na quinta-feira (13), a Coreia do Norte anunciou publicamente o lançamento bem-sucedido do seu mais recente míssil balístico intercontinental fabricado internamente. O líder Kim Jong Un supervisionou pessoalmente o lançamento.
O míssil, conhecido como Hwasong-18 e impulsionado por combustível sólido, teria sido testado apenas uma vez anteriormente, de acordo com relatos. Ele percorreu 1.001 quilômetros e atingiu uma altitude máxima de 6.648 quilômetros antes de cair no Mar do Leste, também conhecido como Mar do Japão, segundo a estatal norte-coreana Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA, na sigla em inglês).
As relações entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul estão passando por um momento de tensão. No ano passado, Kim declarou que seu país se tornou uma potência nuclear “irreversível” e pediu um aumento na produção de armas, incluindo armas nucleares táticas.
As Nações Unidas, os Estados Unidos e seus aliados condenaram fortemente o lançamento de quarta-feira, que violou múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Porém, Sullivan reiterou a disposição de Washington para negociar com Pyongyang e afirmou que a administração do presidente democrata Joe Biden está “pronta para se sentar e dialogar sem pré-condições sobre o programa nuclear” da Coreia do Norte.
Em junho, a Coreia do Norte lançou dois mísseis de curto alcance em sua costa leste, enquanto Sullivan estava em Tóquio para se reunir com seus colegas japoneses e sul-coreanos.
Um porta-voz do Ministério da Defesa Nacional da Coreia do Norte afirmou na época que os exercícios conduzidos pela Coreia do Sul e pelos Estados Unidos estavam aumentando a tensão militar na região, e suas forças responderiam a “qualquer tipo de protesto ou provocação dos inimigos”.
Os programas de mísseis balísticos e armas nucleares da Coreia do Norte foram proibidos por resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que impuseram sanções ao país. No entanto, os esforços diplomáticos para reduzir as tensões ou persuadir Pyongyang a abandonar seu arsenal nuclear foram interrompidos.