No próximo mês, o Tesouro Nacional lançará título público que dará a oportunidade de famílias com baixa renda financiarem os estudos de seus filhos. Segundo o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, o projeto serve para possibilitar a quebra de ciclos de pobreza.
A ideia proposta é incentivar as famílias a possuírem uma poupança para, no futuro, pagar a faculdade de seus filhos. O novo título está sendo desenvolvido pelo Tesouro Nacional em conjunto com a bolsa de valores brasileira (B3). De acordo com Ceron, as famílias fariam os aportes durante 18 anos ou menos, dependendo da idade do jovem. A aplicação mensal mínima estabelecida para os pais seria de R$ 30.
“Quando o filho nasce você pode começar esse processo de investimento, que é feito por 18 anos. A aposta é que o produto seja uma grande referência de poupança das famílias para o ciclo universitário”, afirmou o secretário em entrevista à CNN Brasil publicada neste sábado (15.jul.2023).
A poupança acumulada pela família ao longo do tempo, juntamente com o ganho de rendimentos a longo prazo, será utilizado como uma fonte de renda fixa durante o período do ciclo universitário, que abrange cinco anos. Esses recursos financeiros poderão ser empregados tanto para o pagamento das mensalidades de uma faculdade privada como para cobrir outras despesas relacionadas ao ensino superior.
Outros títulos
O Tesouro Nacional vem diversificando a oferta de títulos e direcionando-os para diferentes públicos. Em janeiro deste ano foi lançado o Renda+. O programa permite que o investidor planeje uma data para se aposentar e receber uma renda mensal extra pelo período de 20 anos.
A renda, relativa ao acúmulo de títulos no decorrer dos anos, é corrigida de acordo com a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com o pagamento da amortização (principal) em parcelas mensais e consecutivas. Com a inflação, esse tipo de título paga uma taxa de juros acima de 6% ao ano.
Também no segundo semestre, o Tesouro fará sua primeira emissão de títulos “verdes” — papéis que abrangem a pauta ESG (conjunto de critérios que avalia o desempenho das empresas em três áreas-chave: ambiental, social e governança). A diferença entre uma emissão comum e uma emissão verde é o compromisso do emissor com a sustentabilidade.
“Hoje há um grande interesse nessas pautas [voltadas ao ESG], o mundo todo quer o incentivo à transição ecológica. Com isso, os investidores aceitam uma taxa de juros um pouco menor para esses títulos — caso você acolha compromissos com essa agenda”, explica Ceron sobre a vantagem destes papéis à CNN Brasil.
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