A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou, nesta quinta-feira (13), que ainda não há cálculos disponíveis em relação ao programa de barateamento de eletrodomésticos da linha branca, mesmo após o presidente Lula ter solicitado uma “aberturazinha” no Orçamento para esse fim dois dias atrás.
De acordo com a ministra, embora haja vontade política tanto por parte de Lula quanto do governo como um todo, não faz sentido apresentar um programa de estímulo ao consumo antes do Desenrola, que tem como objetivo ajudar a reduzir o endividamento dos brasileiros.
“O mais importante e primordial para que isso aconteça é, antes, acontecer o Desenrola. As famílias estão endividadas, então na adianta lançar uma linha branca com desconto. As pessoas não vão comprar ou vão pedir empréstimos com juros caríssimos”, declarou Tebet.
Em uma recente declaração, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs a criação de um programa de incentivo à compra de eletrodomésticos, como televisões, geladeiras e máquinas de lavar roupas.
A sugestão de Lula foi dirigida ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), após o governo celebrar os resultados do programa de carros populares.
Nesta quinta (13), a ministra participou do lançamento do Plano Plurianual Participativo (PPA) no Rio de Janeiro, onde são colhidas opiniões da sociedade para a formulação de metas e diretrizes do país.
Durante o evento, Tebet defendeu a redução da taxa de juros pelo Banco Central em 0,5 ponto percentual na reunião de agosto. Segundo ela, um corte de 0,25 ponto, como previsto pelo mercado, seria uma sinalização negativa.
“Não tem como, não é possível que o Banco Central não comece a baixar os juros a partir de agosto. E que seja de 0,5 ponto, porque 0,25 vai mostrar uma sinalização de que não conseguiremos chegar a 12% até o fim do ano. Depois da Reforma Tributária e do arcabouço fiscal, não é possível”, disse.
A ministra ainda destacou que o país está atualmente em um ambiente de normalidade institucional e política, e o “cenário que afetou a bolsa e o dólar é algo do passado”.