O senador e presidente nacional do Progressistas (PP), Ciro Nogueira, revelou que não vai colocar dificuldades para que pepistas assumam cargos no Governo Lula. Porém, ele disse em entrevista ao Valor que o PP deve continuar sendo de oposição oficialmente.
Como destaquei aqui no Cafezinho, nas negociações entre o presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira, ficou acertado que nomes como André Fufuca e Gilberto Occhi, ambos do PP, devem assumir cargos como ministro dos Esportes e presidente da Caixa Econômica, respectivamente.
“O governo tem que ter uma base, o que ele hoje não tem. Eu até posso não interferir nessas pessoas irem para o governo, desde que não envolvam o partido, desde que não prometam o partido. É lógico, se o Fufuca for ministro, ele é como um filho para mim. Eu saí da presidência do partido e botei ele como meu substituto, fiz ele líder duas vezes. É um cara que quer ser ministro, noto que ele quer ser e eu não vou impedir. Se eu disser para ele não ir, ele não vai, mas não vou fazer isso”, avaliou Ciro.
Ainda na entrevista, Nogueira disse que não se envolveu nas negociações entre Lula e Lira porque, segundo ele, não tem interesse em assumir um cargo no governo petista. O senador se diz “leal” a Jair Bolsonaro “até o final”.
“Se quiserem dar cargo para o partido, é pensando só no partido na Câmara”, disse Nogueira.
“Eu dou minha palavra de que o PP não vai para o governo. Eu não sou menino de não achar que há uma parte do meu partido queira ir para o governo. Principalmente o pessoal do Nordeste. E eu tenho todo o respeito ao Lira. Mas do mesmo jeito que o Lira comanda a Câmara, e eu respeito isso — muito me recolhi para não desautorizá-lo —, agora, partido quem comanda sou eu. E isso eu tenho certeza que o Lira jamais vai contestar e ninguém no partido vai contestar. Ninguém vai dizer: “Vou enfrentar o Ciro no futuro para levar o Progressistas para o governo”. Isso não vai acontecer”, prosseguiu.