No Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, fez duras críticas ao “bolsonarismo” e reagiu às vaias proferidas por um grupo ligado a profissionais da área de enfermagem nesta quarta-feira (12).
Enquanto discursava, Barroso afirmou: “Já enfrentei a Ditadura e já enfrentei o bolsonarismo, não me preocupo”. O ministro enfatizou ainda que a discordância faz parte da democracia, saudando o direito à manifestação livre.
Em resposta a um grupo de manifestantes que protestava contra ele, carregando uma faixa com a inscrição “Barroso: inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016”, o magistrado relembrou a suspensão do pagamento do piso salarial da enfermagem, alegando falta de detalhamento das fontes de custeio. Após o governo federal liberar recursos para os valores serem pagos, Barroso revogou a suspensão.
O Congresso da UNE, que ocorre em Brasília até o dia 15 de julho, contou com a participação do ministro Barroso na cerimônia de abertura. Suas declarações sobre o enfrentamento ao bolsonarismo têm gerado repercussão política, mas até o momento, não houve resposta por parte da assessoria do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A fala de Barroso foi interpretada por alguns como uma confissão de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) agiu contra Bolsonaro nas eleições de 2022. O magistrado ressaltou que o país precisa ser construído e que há compromisso com a história e com a busca por um Brasil melhor.
A postura firme do ministro frente às vaias e críticas demonstra a polarização política no país e os desafios enfrentados por autoridades judiciais diante do atual cenário.