Após o depoimento de Walter Delgatti Netto, conhecido como o hacker da Vaza Jato, à Polícia Federal (PF), em que afirmou que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) solicitou invasão das urnas eletrônicas, bem como acesso à conta de e-mail e ao telefone de Alexandre de Moraes, a cúpula do PL considera a situação extremamente delicada e avalia que o mandato da deputada está em perigo.
Em conversas privadas, colegas de partido da deputada reconhecem que teriam dificuldades em defendê-la caso haja um eventual pedido de cassação no Conselho de Ética da Câmara.
Desde os dias que antecederam as eleições, quando protagonizou um incidente em que portava uma arma de fogo e perseguiu um militante petista em um bairro de alto padrão em São Paulo, Carla Zambelli tem sido isolada dentro do partido, sem o apoio de Jair Bolsonaro.
Naquela época, o ex-presidente chegou a compartilhar com aliados a opinião de que o incidente de Zambelli, também associado à cena de Roberto Jefferson lançando granadas e atirando em agentes da Polícia Federal, contribuiu para sua derrota na cidade de São Paulo.
Desde então, a deputada tem tentado reconstruir uma ponte com o ex-presidente e até solicitou a ajuda de Valdemar Costa Neto para se sentar próxima a Bolsonaro em um almoço em São Paulo.