O dólar teve mais uma sessão de queda nesta quarta-feira (12), influenciado pela divulgação da inflação dos Estados Unidos, que subiu 0,2% em junho e acumulou alta de 3% em um ano. Esses números ficaram levemente abaixo das projeções do mercado e indicam uma desaceleração da pressão inflacionária na maior economia do mundo. Essa perspectiva de uma política monetária menos rígida por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e a possibilidade de taxas de juros menos altas impulsionaram a queda do dólar.
Ao final do dia, a moeda norte-americana recuou 0,86%, sendo vendida a R$ 4,8186. Em determinado momento do dia, o dólar chegou a ser cotado a R$ 4,7846. Essa queda do dólar representa a continuidade de seu movimento de desvalorização. No dia anterior, a moeda já havia fechado em baixa de 0,44%.
Os investidores se animaram com a desaceleração da inflação nos Estados Unidos, pois interpretam que isso pode levar o Fed a adotar uma postura mais flexível em relação às taxas de juros. A atual taxa de juros nos EUA está entre 5,00% e 5,25%. A expectativa é que o Fed reduza as taxas de juros, o que é favorável para os mercados de ações e moedas de países emergentes, como o real.
No cenário doméstico, o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também impactou os mercados. A inflação do país teve uma queda de 0,08% em junho, chegando a 3,16% no acumulado de 12 meses. Essa deflação reforça as expectativas de corte da taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil.
Apesar da deflação geral, chamou a atenção a alta da inflação de serviços, que acelerou para 0,62% em junho. Essa pressão nos preços do setor indica que a inflação pode encerrar o ano acima da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 3,25%.
No âmbito doméstico, o IBGE também divulgou dados sobre o volume de serviços em maio, que apresentaram alta de 0,9% em relação ao mês anterior e de 6,8% em comparação com o mesmo período do ano passado, superando as expectativas do mercado.