Dino confirma que Eduardo Bolsonaro vai responder por atacar professores

Flávio Dino, Ministro da Justiça - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O ministro da Justiça, Flávio Dino, confirmou à TV Fórum que a Polícia Federal (PF) vai abrir uma investigação para apurar a prática de dois crimes nos discursos feitos pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) durante ato pró-armamentista na tarde de ontem, na Esplanada dos Ministérios.

“Hoje pela manhã pedi ao diretor-geral da Polícia Federal que analise os discursos para verificar se houve ali o cometimento de mais crimes, mas sobretudo dois: incitação à prática criminosa e o outro se chama apologia de fato criminoso. É quando você enaltece, por exemplo, um traficante, quando enaltece o 8 de Janeiro, que já há uma definição jurídica de que foram atos criminosos e ilegais”, declarou o ministro.

Dino também falou sobre a “visão criminalizadora contra professores e a ciência” da extrema-direita e relacionou com a morte de Luiz Carlos Cancellier, então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que cometeu suicídio após perseguição da Lava Jato.

“O extremismo ideológico de direita mata. No sentido literal. A morte simbólica, da liberdade de pensamento, já é gravíssima. Mas, quando isso é levado à enésima potência resultou exatamente nisso: uma operação que, ao criminalizar segundo o Tribunal de Contas da União, um gestor universitário conduziu a uma tragédia”, explicou.

Mais cedo, a bancada do PSOL apresentou ao Conselho de Ética da Câmara uma representação contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A iniciativa foi do próprio deputado federal Guilherme Boulos.

Na ocasião, o filho de Jair Bolsonaro comparou professores a traficantes de drogas enquanto criticava o Ministério da Justiça, comandado por Flavio Dino.

“Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime. Talvez o professor doutrinador seja pior”, disparou Eduardo.

Ainda durante a manifestação, o bolsonarista fez ataques contra a CPMI do Golpe. “Na CPI do 8 de janeiro, vi pró-armas recebendo um ataque e pessoas tentando vincular o pró-armas ao 8 de janeiro. Sabe o que isso significa? Que vocês estão fazendo um excelente trabalho”.

Redação:
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