A cúpula do PL planeja solicitar a Jair Bolsonaro que intervenha para “controlar” os deputados de sua tropa de choque no partido. O objetivo é que o ex-presidente auxilie no gerenciamento dos parlamentares radicais do PL, que têm confrontado colegas que votaram junto com o governo Lula na reforma tributária.
Nesta terça-feira (11), está agendada uma reunião com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, o líder do PL na Câmara, deputado Altineu Côrtes, o general Braga Betto e Bolsonaro, a fim de discutir uma estratégia de pacificação. No entanto, é importante ressaltar que acalmar os ânimos nunca foi a especialidade do ex-presidente.
Valdemar e Côrtes defendem que os parlamentares sejam punidos apenas se o PL fechar questão sobre algum assunto e o deputado votar contra a decisão do partido. No caso da reforma tributária, que desencadeou a disputa interna, a cúpula apenas orientou os parlamentares a rejeitarem a medida. Por isso, entende-se que havia margem para alinhamento de parte da bancada com o governo em relação à reforma tributária.
A crise teve início quando 20 deputados do PL votaram a favor da reforma. A divisão em relação à medida resultou em uma discussão acalorada no grupo de WhatsApp do partido, com insultos, acusações e até ameaças de saída do PL.
A cúpula do PL teme que o partido repita a divisão enfrentada pelo antigo partido de Bolsonaro, o extinto PSL, quando o então presidente e seus seguidores decidiram fundar uma nova legenda. Os planos foram frustrados porque o novo partido nunca se concretizou, e os bolsonaristas só deixaram o PSL na janela partidária de 2022 para não perderem seus mandatos.