Escolha do ex-presidente Jair Bolsonaro na recente eleição presidencial e abrigo para seus aliados, o Partido Liberal (PL) mantém viva, ao menos em um segmento de seus membros do parlamento, a inclinação pró-governo que tem acompanhado sua história desde sua criação em 2006.
A aprovação da Reforma Tributária não foi a única votação que revelou uma maior afinidade por parte dos deputados do maior partido na Câmara com a agenda do governo Lula.
De acordo com uma análise realizada pelo jornal O GLOBO, dos 20 deputados do PL que votaram a favor da reforma aprovada na Câmara durante a primeira rodada de votação, 18 deles já haviam apoiado a proposta de estrutura fiscal do governo Lula em maio, e 17 também deram seu aval à Medida Provisória do Mais Médicos em junho. Esse programa é uma iniciativa central do presidente petista na área da Saúde.
Dentre esses parlamentares do Partido Liberal (PL), seis deles divergiram dos seus colegas de partido e seguiram o governo na votação da Medida Provisória da Esplanada, que definiu a estrutura dos ministérios e exigiu ação por parte de Lula para evitar uma derrota na Câmara. Esse grupo é composto por representantes do Nordeste, nomeadamente João Carlos Bacelar, da Bahia; Júnior Mano e Matheus Noronha, do Ceará; e Josimar Maranhãozinho, Detinha e Junior Lourenço, do Maranhão.
Durante a sessão de quinta-feira (6), os parlamentares do partido que apoiaram a aprovação da Reforma Tributária receberam o apelido de “comunistas do PL”. No entanto, até o momento, esse apoio se restringe principalmente a questões econômicas.