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“Decisão difícil”, disse Biden sobre enviar bombas à Ucrânia

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, disse em entrevista à CNN que enviar bombas de fragmentação (munições cluster) à Ucrânia “foi uma decisão difícil”, mas que ele teve que ceder, pois Kiev precisa das munições para se defender. “Foi uma decisão muito difícil da minha parte. […]Os ucranianos estão ficando sem munição”, disse Biden.   O presidente […]

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O presidente Joe Biden fala com Fareed Zakaria da CNN durante uma entrevista televisionada dentro da Sala Roosevelt na Casa Branca em Washington, na sexta-feira, 7 de julho de 2023. Reprodução.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, disse em entrevista à CNN que enviar bombas de fragmentação (munições cluster) à Ucrânia “foi uma decisão difícil”, mas que ele teve que ceder, pois Kiev precisa das munições para se defender. “Foi uma decisão muito difícil da minha parte. […]Os ucranianos estão ficando sem munição”, disse Biden.  

O presidente norte-americano afirmou que as munições de fragmentação estão sendo enviadas a Kiev como um “período de transição”, até que a produção de projeteis 155 mm dos EUA aumentem. 

“Esta é uma guerra relacionada a munições. E eles estão ficando sem munição, e estamos com pouca munição[…] E então, o que finalmente fiz, aceitei a recomendação do Departamento de Defesa para – não permanentemente – mas para permitir esse período de transição, enquanto obtemos mais 155 armas, esses projéteis, para os ucranianos.”, afirmou.

Mais de 100 países, como Reino Unido, França e Alemanha, já proibiram o uso de munições com a Convenção sobre Munições Cluster. Porém, os EUA e a Ucrânia não são signatários desse acordo. “Não somos signatários desse acordo, mas demorei um pouco para me convencer a fazê-lo.”, revelou o presidente.

Neste domingo (9), Biden irá para Europa participar de uma cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O principal tema que deve ser discutido na viagem é o ingresso da Ucrânia na aliança militar. 

“Não acho que haja unanimidade na OTAN sobre trazer ou não a Ucrânia para a família da OTAN agora, neste momento, no meio de uma guerra[..] estamos determinados a comprometer cada centímetro do território que é território da OTAN. É um compromisso que todos nós assumimos, não importa o quê. Se a guerra está acontecendo, então estamos todos em guerra. Estamos em guerra com a Rússia, se for esse o caso.”, explicou Biden.
 
 

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Lívia Mendes

Estudante de Jornalismo na UFF.

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Alexandre Neres

09/07/2023 - 13h23

Malditos ianques!

Lula errou ao dizer que democracia é conceito relativo?

Por Milly Lacombe*, no UOL

O Brasil é uma democracia de que tipo?

Vejamos.

Se você mora em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, você não pode, por lei, ter sua casa invadida pela polícia. No mesmo bairro, os fardados não entram atirando, não matam seus filhos e, se o fizerem, você terá amplo direito à defesa e o policial que cometeu o crime será rigorosamente punido.

Se você mora em Paraisópolis, a uma dúzia de quilômetros de Higienópolis, as coisas já não funcionam assim. Lá, a polícia pode entrar atirando, pode chutar a porta da sua casa e assassinar seu filho na cama diante de seus olhos.

Dirão, com um sorriso no rosto, que mataram um suspeito. E nada acontecerá com quem fez isso. Seu filho nem nome terá no noticiário: “Nove morrem em ação policial em Paraisópolis”. Assim será dada a manchete.

Que tipo de democracia é uma democracia com limites geográficos como a nossa?

Nessa mesma democracia, a maioria é a favor da taxação de grandes fortunas. Mas elas não são taxadas porque uma lei para isso não é proposta ou votada.

Essa mesma democracia tem 800 mil presos, quase 40% sem ter direito à defesa, esquecidos em masmorras.

Essa mesma dita democracia deixa rolar um desvio fiscal de mais de 20 bilhões de reais porque corrupção em empresa privada não interessa combater.

Coloca aí o trio de controladores dessa empresa na capa das revistas de negócio. Os caras manjam muito. São bons demais.

O Brasil não tem jeito porque as estatais isso e as estatais aquilo bla-bla-blá. É uma democracia plena?

Nos Estados Unidos, quando Hilary Clinton e Bernie Sanders concorriam por uma vaga na chapa democrática para enfrentar Donald Trump, em 2015, todas as artimanhas foram executadas para tirar Sanders do jogo.

Como ele falava palavras do tipo “revolução” e dizia que iria para cima dos bilionários, Sanders não era um ator legítimo para a democracia estadunidense. Dançou. E Hilary perdeu para o nazi-fascista que, pelo menos, era mais autêntico e sincero.

Eleições na Palestina têm histórico da brutal influência dos Estados Unidos. O vencedor não foi de nosso interesse? Não vale a eleição. Recomeça. Vota outra vez.

Os Estados Unidos, esse oceano de democracia, são também os mandantes de uma campanha terrorista de drones no Oriente Médio. Matam inocentes como pisamos em formigueiros.

Esse mesmo país sedia Guantânamo, prisão que recolhe aqueles que os donos do mundo consideram suspeitos de um dia quem sabe praticarem atentados. Não tem julgamento porque não precisa: sobra convicção.

Essa democracia idílica invade países quando quer em nome de “levar a democracia” para aqueles territórios.

A democracia nunca chega, os territórios são devastados e aqueles que se auto-denominam “a América” exploram todos os recursos naturais que puderem. Se o critério para invadir é ser uma ditadura, o que estão esperando para invadir a Arábia Saudita?

Durante a invasão americana ao Afeganistão o parlamento espanhol resolveu votar o envio de tropas à guerra. Na época, uma pesquisa foi feita com a população e mais de 80% disseram ser contra o envio de tropas.

Quem o parlamento representava votando “sim” para a guerra? Que tipo de democracia seria essa?

Já a Venezuela não está em debate. É ditadura e ponto final. Não interessa que os Estados Unidos ameacem invadir há décadas. Não interessa que haja eleições, muitas delas verificadas por órgãos internacionais. Não interessa que a soberania nacional da Venezuela esteja em risco.

Não queremos debater esse troço. É ditadura e ponto final, não me venha com contexto e nuances, seus comunistas!

Os grandes democratas liberais da Europa colonizadora do século 19 um dia passaram a achar um horror que houvesse pessoas escravizadas circulando por lá; já nas colônias tá tudo certo.

Escraviza mesmo, explora o que der e manda pra cá toda a riqueza. Que tipo de valores democráticos são esses?

A democracia estadunidense colocou seus joelhos na jugular de George Floyd e o matou.

A democracia brasileira jogou Genivaldo Santos no porta-malas de um carro da mesma polícia que deveria proteger seus cidadãos e sufocou o homem até a morte. Podemos chamar de democracias? De que tipo?

Podemos chamar de democracias? De que tipo?

E a democracia da Grécia antiga, a mãe de todas? É o mesmo sistema que vigora hoje?

Por lá, mulheres não podiam votar nem atender debates públicos. Democracia que chama?

Qual democracia é então a democracia-padrão? O que constitui uma democracia? Eleições? Vontade popular? Direitos humanos? Que país tem isso no mundo hoje?

Poderíamos seguir nos exemplos. Daria um livro pesado e tedioso. Mas talvez não seja preciso.

Democracia não é conceito absoluto, parece bastante óbvio. Se não é absoluto, é relativo.

Para finalizar, as palavras do linguista e ativista Noam Chomsky: a única relação entre capitalismo e democracia é a contradição.

Milly Lacombe, 53, é jornalista, roteirista e escritora. Cronista com coluna nas revistas Trip e Tpm, é autora de cinco livros, entre eles o romance O Ano em Que Morri em Nova York. Acredita em Proust, Machado, Eça, Clarice, Baldwin, Lorde e em longos cafés-da-manhã. Como Nelson Rodrigues acha que o sábado é uma ilusão e, como Camus, que o futebol ensina quase tudo sobre a vida.


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