E se Haddad tivesse ganho em 2018?

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em 6 meses, a pasta voltada para a economia voltou a falar com a política, algo que acontecia com muita dificuldade nos últimos anos.

De melhoras significativas nos indicadores econômicos até a retomada do poder de compra de boa parte da sociedade brasileira, que havia sido barbaramente corroído nos últimos anos, e principalmente a volta da discussão sobre economia em termos práticos para a vida das pessoas e não aquela roleta de números aleatórios e sandices vergonhosas que víamos com Paulo Guedes.

As relações com o Congresso, embora ainda tenham os seus problemas, melhoraram e hoje Fernando Haddad é um dos Ministros com mais prestígio entre os parlamentares.

O que estamos assistindo é uma amostra do que poderia ter sido o Brasil se Fernando Haddad tivesse ganho as eleições de 2018 e que estranhamente os liberais brasileiros não quiseram escolher; no lugar, optaram por um apologista de ditaduras e outros pensamentos autoritários. E com essa escolha, o país perdeu 4 valiosos anos.

Embora desagrade setores mais à esquerda na política e dentro do próprio Partido dos Trabalhadores (PT), hoje ninguém nega que o Ministro da Fazenda está empenhado em fazer aquilo que muitos ministros nem sonham em fazer: organizar uma base parlamentar para a aprovação dos seus projetos.

Aliás, esta coluna já registrou que a maior queixa por parte dos parlamentares é sobre a dificuldade que possuem em dialogar com Ministros, algo que não acontece com Haddad. E embora tenha se atrapalhado na questão da taxação de produtos importados, o ministro aprendeu a evitar esse tipo de situação desnecessária e hoje é responsável pelas grandes entregas do governo.

De tom discreto e focado no trabalho, até o final do mandato do presidente Lula, dificilmente veremos o ministro em alguma confusão homérica ou se “estapeando” com alguma outra pasta ou político em Brasília.

Haddad talvez seja quem melhor vocalize e personifique os desejos de que o país se acalme e o extremismo de direita seja deixado de lado.

O tipo de coisa que fez muita falta durante os anos de pandemia.

Cleber Lourenço: Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_
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