Em 6 meses, a pasta voltada para a economia voltou a falar com a política, algo que acontecia com muita dificuldade nos últimos anos.
De melhoras significativas nos indicadores econômicos até a retomada do poder de compra de boa parte da sociedade brasileira, que havia sido barbaramente corroído nos últimos anos, e principalmente a volta da discussão sobre economia em termos práticos para a vida das pessoas e não aquela roleta de números aleatórios e sandices vergonhosas que víamos com Paulo Guedes.
As relações com o Congresso, embora ainda tenham os seus problemas, melhoraram e hoje Fernando Haddad é um dos Ministros com mais prestígio entre os parlamentares.
O que estamos assistindo é uma amostra do que poderia ter sido o Brasil se Fernando Haddad tivesse ganho as eleições de 2018 e que estranhamente os liberais brasileiros não quiseram escolher; no lugar, optaram por um apologista de ditaduras e outros pensamentos autoritários. E com essa escolha, o país perdeu 4 valiosos anos.
Embora desagrade setores mais à esquerda na política e dentro do próprio Partido dos Trabalhadores (PT), hoje ninguém nega que o Ministro da Fazenda está empenhado em fazer aquilo que muitos ministros nem sonham em fazer: organizar uma base parlamentar para a aprovação dos seus projetos.
Aliás, esta coluna já registrou que a maior queixa por parte dos parlamentares é sobre a dificuldade que possuem em dialogar com Ministros, algo que não acontece com Haddad. E embora tenha se atrapalhado na questão da taxação de produtos importados, o ministro aprendeu a evitar esse tipo de situação desnecessária e hoje é responsável pelas grandes entregas do governo.
De tom discreto e focado no trabalho, até o final do mandato do presidente Lula, dificilmente veremos o ministro em alguma confusão homérica ou se “estapeando” com alguma outra pasta ou político em Brasília.
Haddad talvez seja quem melhor vocalize e personifique os desejos de que o país se acalme e o extremismo de direita seja deixado de lado.
O tipo de coisa que fez muita falta durante os anos de pandemia.