José Wilson Siqueira Campos, de 94, morreu nesta terça-feira (4) em decorrência de um câncer de próstata. O político idealizou o estado de Tocantins e o governou por quatro mandatos.
As informações da morte foram confirmadas pelo filho, Eduardo Siqueira Campos. Segundo ele, o pai “sr. Tocantins” estava em um hospital particular em Palmas (TO) desde quinta-feira (29), internado devido a uma infecção generalizada causada pela doença e “partiu sereno”.
Siqueira Campos nasceu em Crato (CE) e participa da vida política desde 1965, quando se elegeu vereador no norte de Goiás, no município de Colinas do Norte, agora, Colinas do Tocantins. Ele era filiado ao partido Arena, a favor do regime ditatorial militar.
Em 1971, foi deputado federal e ocupou o cargo por cinco mandatos – onde conseguiu articular a criação do estado de Tocantins. Em junho de 1987, ele redigiu uma fusão de emendas que contava com mais de 100 mil assinaturas solicitando ao deputado Ulysses Guimarães o surgimento do território.
À época, Tocantins fazia parte do estado de Goiás. Siqueira, segundo a Folha de S. Paulo, chegou a fazer 98 horas de greve de fome a favor da causa separatista – seu nome ainda é mencionado no hino estadual.
Ele foi o primeiro a assumir o comando do governo do estado e sua influência era nítida, ainda que fora do cargo. Ele assinou a fundação de Palmas, hoje capital, em 1989.
A última gestão do político foi de 2011 a 2014, pelo PSDB. Siqueira não chegou a concluir o mandato: ele renunciou para abrir caminhos ao filho Eduardo. Em 2019, ele tomou posse no Senado Federal e tornou-se o parlamentar mais velho a tomar posse no Senado desde 1983. Ele tinha 91 anos.
Com a morte de José Wilson Siqueira Campos, foi decretado luto oficial de 7 dias no Tocantins e ponto facultativo nesta quarta-feira (5).