Os servidores do Banco Central deram início a uma operação padrão nesta segunda-feira (3), como forma de pressionar por melhorias nas condições de trabalho. Com a falta de avanço nas negociações com o governo do presidente Lula (PT) e sem a realização de concursos públicos nos últimos dez anos, os funcionários prometem uma maior lentidão na prestação de serviços e paralisações parciais externas.
Nessa primeira fase da operação padrão, pode haver atrasos ou entregas incompletas, além do cancelamento de reuniões e eventos externos. Segundo o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), aproximadamente 50% do corpo funcional da instituição aderiu à medida.
Os servidores reivindicam medidas para garantir suas carreiras e a criação de um bônus de produtividade semelhante ao concedido aos auditores fiscais da Receita Federal. Eles reclamam da falta de equidade entre as carreiras de Estado e exigem tratamento igualitário.
Fábio Faiad, presidente do Sinal, destacou a falta de atenção do Ministério da Gestão e Inovação, que deixou o projeto de garantia de carreira do Banco Central parado por seis meses.
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informou que assinará, no dia 11, o protocolo de funcionamento da mesa permanente de negociação com os sindicatos. A partir desse momento, serão estabelecidas datas para o diálogo com os servidores por meio da Secretaria de Relações do Trabalho.
O Banco Central preferiu não comentar sobre os potenciais impactos da operação padrão dos servidores em suas atividades rotineiras.
Em declarações anteriores, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu a difícil situação enfrentada pela instituição, com a saída constante de funcionários e a ausência de concursos há muito tempo. Ele ressaltou a insatisfação gerada pelo fato de a Receita Federal ter recebido iniciativas de melhoria, enquanto o Banco Central tem buscado melhorias há bastante tempo.
No ano passado, os servidores fizeram uma greve de cerca de três meses em resposta à proposta do então presidente Jair Bolsonaro de conceder reajustes apenas à espera, o que não se concretizou.
Diante desse cenário, os servidores pedem que as autoridades olhem com atenção para os riscos e ajam para corrigir as assimetrias e recompor o quadro de pessoal do Banco Central.
Mauricio Moura, diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, destaca que a organização coletiva busca valorizar a carreira dos funcionários do Banco Central. Ele ressalta que as atribuições da instituição têm sido cumpridas e muitas entregas foram realizadas recentemente, como o Pix e o SVR (Sistema de Valores a Receber).