Maior ataque aéreo de Israel em 20 anos atinge campo de refugiados na Cisjordânia

Jenin, na Cisjordânia. Foto: Majdi Mohammed

As forças israelenses promoveram nesta segunda-feira (3) o maior ataque aéreo contra a Cisjordânia em 20 anos. O campo de refugiados em Jenin, no norte do território palestino foi atingido por drones, matando 9 pessoas e ferindo mais de 50.

A operação foi considerada uma resposta a uma série de ataques de militantes palestinos a colonos judeus na região da Cisjordânia, segundo o g1. O governo de Tel Aviv declarou que as tropas israelenses atacaram somente alvos criminosos, que estão concentrados nos campos de refugiados com mais de 14 mil outras pessoas.

As Forças de Defesa de Israel, IDF em inglês, afirmaram em um comunicado no Telegram que a ação foi um “um extenso esforço contraterrorista na área”. Cerca de 1.000 soldados cercaram o território e mais de 10 ataques aéreos foram lançados.

A Casa Branca também emitiu um comunicado, alegando que Israel tem o “direito de se defender”.

Pelo menos 5 palestinos mortos na operação eram adolescentes, conforme indica o ministro da Saúde palestino, Mai al Kaila.

No entanto, os militares israelenses afirmaram “agir contra alvos específicos”. Os ataques tiveram início na madrugada e, na tarde de segunda, ainda havia drones sobrevoando o território. De acordo com o coronel Richard Herdt, a operação tinha objetivo de apreender armas em um prédio específico, usado por militantes para “planejar atentados”.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, elogiou os esforços do Exército e acusou o Irã de financiar grupos armados palestinos e, assim, estar por trás da violência no local. “Devido aos fundos que recebem do Irã, o campo de Jenin se tornou um centro de atividade terrorista”, disse.

O campo de Jenin foi criado há 70 anos com o intuito de abrigar os refugiados após a Guerra da Palestina de 1948. Hoje, ele é base de grupos de combatentes militantes, como o Hamas, Jihad Islâmica e Fatah, segundo o governo israelense.

As autoridades do local negaram a afirmação do coronel e argumentaram que “a violência é uma resposta natural pelos 56 anos de ocupação desde que Israel capturou a Cisjordânia na Guerra dos Seis Dias em 1967”.

Letícia Souza:
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