Segundo a pesquisa do Instituto Francês de Opinião Pública (IFOP), divulgada nesta segunda-feira (3), 69% dos cidadãos da França condenam ataques a propriedades públicas em manifestações.
A onda de revolta dos franceses, desencadeada pela morte de um adolescente de 17 anos pela polícia, preenche as ruas do país desde a última terça-feira (27). Apesar de 32% dos entrevistados do estudo da IFOP afirmarem ter medo ou desconforto frente aos policiais, quase 70% não são a favor da degradação a delegacias, incêndios criminosos ou danos à propriedade pública.
Outros 57% das 1.005 pessoas ouvidas pelo instituto afirmaram confiar ou simpatizar com a polícia. Os dados foram coletados nos dias 29 e 30 de junho, dias após o início dos protestos.
Nesta terça, Nahel M, de 17 anos, foi assassinado por um policial por supostamente desobedecer uma parada de trânsito em um subúrbio de Paris, em Nanterre. O oficial que disparou os tiros contra o adolescente foi preso por suspeita de homicídio culposo.
Desde então, as manifestações nas cidades da França tomaram proporções gigantescas. Confrontos entre policiais e manifestantes, veículos incendiados e prédios depredados são alguns dos cenários dos protestos. Até agora, o governo francês já prendeu mais de 1.300 pessoas e mais de 200 policiais ficaram feridos.
O presidente Emmanuel Macron realizou reuniões de emergência com os ministros e declarou toque de recolher parcial e limitações no transporte público de alguns pontos do país.