Ciro Gomes, ex-ministro e presidenciável em 2022, se destaca como figura central em recente intervenção no diretório do PDT no Ceará, foco de uma disputa entre ele e seu irmão, o senador Cid Gomes. A comissão executiva nacional do PDT, que contou com o voto de Ciro, optou por tomar para si a gestão do partido no estado até o final deste ano. Esta movimentação é interpretada como uma estratégia para impedir a tentativa de Cid de liderar o diretório estadual, um movimento apoiado por uma parcela significativa dos dirigentes partidários locais.
Com isso, Ciro ressalta seu posicionamento contrário a uma aliança com o PT, uma estratégia que Cid busca para o PDT em 2024. Além disso, essa decisão reforça o controle de André Figueiredo, aliado de Ciro e atual presidente em exercício do PDT, tanto no diretório nacional quanto no Ceará.
Em meio à intervenção, Cid desafiou a ala do partido alinhada a Ciro, questionando se sua saída seria desejada. No entanto, a resposta foi negativa, de acordo com os participantes do encontro.
Os aliados de Cid interpretam a intervenção como uma pressão sobre o grupo que deseja liderar o PDT no Ceará. Nos bastidores, correligionários de Figueiredo sugerem que uma reunião marcada por Cid para destituir a atual liderança estadual poderia ser considerada um ato de indisciplina partidária – passível de avaliação e punição pela executiva nacional.
Este conflito marca uma intensificação da divisão no PDT, ilustrada pela divergência entre os irmãos Gomes. Por um lado, os aliados de Cid defendem uma reaproximação do PDT com o PT. Por outro, correligionários próximos a Ciro advogam por uma postura de oposição ao PT no Ceará, em consonância com a postura do presidenciável pedetista em 2022.
Este embate, entretanto, não impede avanços em outras frentes. Em um gesto à ala liderada por Cid, o governo federal preparou a nomeação de Lúcio Gomes, outro irmão do senador, para a presidência da Companhia Docas do Ceará. Esta nomeação foi sinalizada por Cid no início do ano, marcando um contraste com a postura de Ciro, opositor do PT.
Diante deste cenário, a dinâmica dentro do PDT permanece instável, com cada irmão Gomes puxando o partido para direções diferentes. A decisão final sobre quem conduzirá o diretório do Ceará, bem como o futuro das relações entre o PDT e o PT, ainda está em aberto, mantendo o suspense na política estadual e nacional.