Após a intervenção do PDT Nacional para impedir a convocação do diretório estadual por aliados do senador Cid Gomes, o ex-governador do Ceará criticou a ação e garantiu a realização da reunião programada para sexta-feira (7). Cid Gomes afirmou que “63% dos membros aceitaram a convocação”, referindo-se a uma regra do Estatuto do PDT que permite que o diretório estadual se convoque com o aval de um terço dos membros.
O presidente nacional em exercício do PDT, deputado André Figueiredo, tentou barrar a reunião, mas não explicou a base legal para tal decisão. Segundo aliados de Cid Gomes, a Executiva Nacional se baseou no Art. 67 do estatuto para tomar a decisão, que estabelece que as executivas nacional e regionais podem instaurar ou se apropriar de qualquer processo relacionado à falta ética ou disciplinar.
Cid Gomes, no entanto, argumenta que “o artigo 67 do estatuto não permite a executiva nacional intervir, como está noticiado, no diretório estadual”. O deputado federal Eduardo Bismarck, coordenador da bancada cearense, questiona a abertura de um processo disciplinar sem a instauração real do mesmo, o que, segundo ele, ainda não ocorreu.
Cid Gomes reforça que não há previsão estatutária para a atitude da Executiva. Para ele, “o diretório estadual não fez nada que possa se aproximar, fez só o que está previsto no estatuto: se autoprovocou para fazer prevalecer a vontade da maioria sobre a minoria”. Cid também mencionou a dissolução do diretório estadual, uma penalidade ética e disciplinar mais grave, que, para ser implementada, requer “uma infração de gravidade extrema”.
Lamentando a divisão do partido, Cid Gomes concluiu: “Isso é um princípio basilar da democracia: a maioria se fazer representar como voz principal do partido”, defendendo a convocação do diretório estadual.