Na votação em que expressou apoio à inelegibilidade de Jair Bolsonaro, posteriormente validada pelo plenário do TSE, o responsável pela supervisão geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, deixou claro que pretende compartilhar o processo relativo ao ex-presidente com o Ministério Público Federal, a fim de investigar possíveis crimes, e com o Tribunal de Contas da União (TCU), que poderá solicitar o reembolso aos cofres públicos se forem constatados eventuais prejuízos financeiros para a União.
O ex-presidente enfrentou um processo eleitoral no qual foi considerado culpado por abuso de poder político e utilização indevida dos meios de comunicação durante a reunião com representantes diplomáticos no Palácio da Alvorada, na qual ele divulgou ataques e informações falsas acerca das urnas eletrônicas.
De acordo com O GLOBO, o presidente do TCU, Bruno Dantas, explicou que um possível procedimento para investigar a conduta de Bolsonaro no Tribunal levará aproximadamente quatro meses. O ministro ressalta que a denúncia do TSE só será encaminhada ao Tribunal de Contas após a conclusão do julgamento do ex-presidente na Justiça Eleitoral.
O montante da multa esperada, caso seja necessário que Bolsonaro faça o ressarcimento aos cofres públicos, é de pequeno valor e se limita aos aluguéis de equipamentos de som, telão e custos menores relacionados à reunião.
No entanto, membros da Corte que falaram com o jornal sob condição de anonimato ponderam que o TCU pode entender que a reunião com os embaixadores equivale a um evento de campanha. Nesse caso, Bolsonaro teria que reembolsar o erário por todos os bens públicos utilizados naquela ocasião, incluindo a residência oficial do presidente da República.