A 62º cúpula do Mercosul irá acontecer entre esta segunda (3) e terça-feira (4) na cidade argentina de Puerto Iguazu. Esta é a última reunião do bloco sob a presidência de Alberto Fernández. Após o término do encontro, o presidente argentino irá transferir a função para o presidente Lula, que assume a posição durante os próximos 6 meses e organizará a próxima reunião do bloco que deve acontecer em dezembro de 2023 ou em janeiro de 2024.
O bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai deve debater, principalmente, sobre o acordo de livre comércio com a União Europeia (UE), que está em discussão desde 1999. Segundo declaração em coletiva de imprensa, na quinta (29), do secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, o embaixador Maurício Carvalho Lyrio, o governo brasileiro apresentará aos parceiros sul-americanos todos os pontos que devem ser discutidos e aprovados para, posteriormente, apresentarem os resultados ao bloco econômico europeu.
Lula deve transmitir aos vizinhos da América do Sul sua insatisfação com as exigências feitas pela UE. No lançamento do plano safra 2023-2024 o presidente questionou essas imposições: “Vocês viram agora que o Congresso francês aprovou que não vai querer fazer acordo com o Mercosul, porque eles acham que o Brasil não vai poder cumprir as metas de Paris? Quem deles cumpriu alguma meta agora mais do que nós?”.
A embaixadora Gisela Maria Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, afirmou em coletiva de imprensa, realizada na última quinta (29), que além das discussões sobre o acordo com a UE, uma das principais mensagens que Lula quer transmitir ao bloco é a “repriorização” das relações entre os países não só no comércio, mas em áreas como infraestrutura, saúde e defesa.
Essas discussões devem ocorrer no segundo dia de encontro, a terça-feira (4), quando os presidentes dos países do bloco se encontrarão. Na segunda-feira (3), acontece a reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) com ministros do bloco, mas Fernando Haddad (Ministro da Fazenda) não deve ir. O ministro brasileiro ficará no brasil focado nas discussões sobre o arcabouço fiscal e a reforma tributária que estão em pauta de votação na Câmara. Mauro Vieira, chanceler brasileiro, e Márcio Rosa, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), irão representar o Brasil nesse dia.
Todos os países da América do Sul foram convidados para o encontro que irá acontecer na argentina. Chile, Colômbia e Bolívia, vizinhos da América do Sul que ainda não fazem parte do Bloco Econômico e estarão presentes nas reuniões, estão em processo de entrada no grupo.
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