Em meio à turbulência interna do PDT, uma reunião da Executiva Nacional em Brasília, foi convocada para esta segunda-feira por André Figueiredo, líder regional e também presidente nacional (interino) do partido. Este encontro tem o objetivo principal de discutir mudanças na composição do Diretório Estadual, uma decisão que, caso efetivada, pode enfraquecer significativamente os esforços para depor o próprio Figueiredo.
Se a alteração dos membros do Diretório for ratificada, substituindo prefeitos, deputados estaduais e líderes municipais contrários à atual gestão, a campanha do senador Cid Gomes visando à remoção de Figueiredo da presidência sofreria um revés considerável.
Em meio a este cenário, os opositores de Figueiredo contam com o apoio de Cid Gomes no Distrito Federal. Notavelmente, o deputado estadual Osmar Baquit tem mantido contato intenso com prefeitos e colegas parlamentares, posicionando-se entre os pedetistas que se preparam para a viagem à Brasília.
Os desafios para o partido são grandes, pois o Diretório Estadual, composto por 84 membros, é majoritariamente formado por quadros pró-Cid, que agendaram uma assembleia em Fortaleza no dia 7 para eleger um novo presidente estadual para a legenda, provavelmente Cid Gomes.
Entre os membros do PDT associados ao Palácio da Abolição, a reunião da Executiva Nacional gerou ansiedade e duas hipóteses têm sido ponderadas: um encontro pela pacificação, visto como pouco provável, ou a substituição de diversos membros do Diretório Estadual, o que consolidaria o controle do PDT no Ceará pelo o grupo encabeçado pelo ex-candidato à presidência Ciro Gomes.
Ciro Gomes é um forte defensor da permanência de André Figueiredo na presidência do Diretório Estadual. Ele se opõe ao governo de Elmano de Freitas e busca manter o PDT distante do Palácio da Abolição, mesmo que isso possa resultar na diminuição da representatividade do partido no Ceará.
O grupo de Ciro é composto pelo ex-prefeito Roberto Cláudio, o prefeito de Fortaleza, José Sarto, os deputados estaduais Antonio Henrique, Cláudio Pinho e Queiroz Filho e os deputados federais Mauro Filho e André Figueiredo.
No entanto, do ponto de vista numérico, este grupo é menor que o bloco pró-Cid que conta com 10 deputados estaduais e mais de 30 prefeitos desejosos de manter alinhamento com o Governo Estadual para as eleições de 2024.
A questão principal que paira sobre a reunião é se o Diretório Estadual será reformulado para proteger a posição de André Figueiredo como presidente. Se essa for a decisão, o PDT Nacional estabelecerá um novo paradigma no Ceará, sugerindo que o partido passará por um processo de forte depuração, tornando-se menor, porém, firme em sua oposição ao PT de Camilo Santana e Elmano de Freitas.
Com informações do Ceará Agora