A ativista ambiental sueca Greta Thunberg acusou a Rússia de cometer ecocídio na guerra contra a Ucrânia, em declaração nesta quinta-feira (29).
Thunberg faz referência ao caso de destruição da barragem de Kakhovka, no território ucraniano, que havia sido ocupada pelas tropas russas em fevereiro do ano passado.
“O ecocídio e a destruição ambiental são uma forma de guerra, como os ucranianos já sabem muito bem, e a Rússia também”, afirmou a ativista. “E é por isso que eles têm deliberadamente como alvo o meio ambiente e os meios de subsistência dos ucranianos e suas casas”.
A jovem participa de uma delegação internacional que visitou Kiev para investigar as consequências ambientais do conflito europeu. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recebeu nesta semana o Grupo de Trabalho Internacional sobre as Consequências Ambientais da Guerra.
Conforme indica o comunicado emitido pelo gabinete da presidência da Ucrânia, Zelensky pediu aos integrantes um estudo amplo sobre os assuntos relacionados ao impacto da invasão russa sobre os ecossistemas no país – entre eles, a destruição da barragem.
A Ucrânia investiga a explosão da barragem no sul do país como um crime de guerra e possível ecocídio, ou seja, uma destruição do meio ambiente em larga escala, afirma o jornal DW.
A co-fundadora do grupo e ex-ministra do Exterior da Suécia, Margot Wallström, reiterou a importância de documentar os danos ambientais sofridos na Ucrânia como consequência da guerra. Essa medida pode auxiliar no desenvolvimento de planos para a recuperação do país, bem como a transição para uma economia verde, explica.
Para o vice-presidente do Parlamento Europeu, Heidi Gautala, os crimes cometidos pela Rússia contra a natureza são “claramente um ecocídio”, de acordo com a legislação ucraniana. A Justiça nacional e internacional deve determinar responsabilidades sobre tais crimes.
O meio ambiente corre o risco de se tornar uma “vítima silenciosa da guerra”, afirma o procurador-geral da Ucrânia, Andriy Kostin. 30% do território do país já foi contaminado por explosivos e mais de 2,4 milhões de hectares de florestas foram danificados.