As pesquisas internas de pré-campanha divulgadas nesta sexta-feira (30) pela CNN indicam que o deputado Guilherme Boulos (PSOL) é favorito para as eleições municipais de 2024.
Os dados revelam que o candidato de esquerda tem rejeição inferior à do então prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Apenas 26% dos eleitores não votariam em Boulos de jeito nenhum, enquanto, para Nunes, o número sobe para 34%.
De acordo com o Bastidor 360, a preferência pelo deputado do PSOL surpreendeu até mesmo os integrantes da campanha de Boulos, devido às políticas sociais e econômicas pautadas em interesses de esquerda, frente ao partido do atual prefeito, do centrão, mais alinhado à direita.
Enquanto Ricardo Nunes já deu início a um movimento de aproximação ao ex-presidente Jair Bolsonaro como forma de tirar o deputado Ricardo Salles (PL) da disputa eleitoral para prefeito de São Paulo, o candidato da esquerda ainda não tinha se manifestado.
Por esse motivo, Boulos também iniciou a busca por apoio entre outros partidos de esquerda, como o PDT e Solidariedade, além de tentar consolidar a parceria com o PT.
Apesar dos conflitos entre o PDT e PT de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já declarou apoio a Guilherme Boulos nas eleições a prefeito do ano que vem.
Outro ponto de destaque que pode afetar a campanha de ambos os políticos é a possível candidatura da deputada Tabata do Amaral (PSB). Ela conseguiria, de acordo com a CNN, retirar eleitores de Boulos e Nunes em detrimento do PDB, “devido ao perfil mais de centro, quase herdando o eleitorado que era dos Tucanos [o PSDB]”.
O cenário de SP
Para Iuri Pitta, analista de Política da CNN, Boulos tem dois atributos que favorecem uma boa posição na corrida eleitoral de São Paulo: ele chegou ao segundo turno das votações de 2020 com Bruno Covas (PSDB) e foi o deputado federal mais votado nas últimas eleições no estado de SP, com destaque à capital.
A rejeição, no entanto, pode surgir pela posição política de esquerda do PSOL e a vinculação de Boulos com movimentos sociais – o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), por exemplo.
Por outro lado, Ricardo Nunes é mais desconhecido do que efetivamente rejeitado, afirma Pitta. Os pontos negativos do atual prefeito de São Paulo passam pela zeladoria da cidade e a promessa de melhorias que não aconteceram.
A vantagem para Nunes é o amplo leque de apoio partidário que ele possui, como a aliança com o PSDB, MDB, Cidadania, PSB e PL. A última sigla pode procurar manter e reforçar a aliança com Nunes, por ele ter sido vice de Bruno Covas.
“Há uma disposição dos dirigentes do PL de apostar em um nome com maior interlocução ao centro”, explica o analista. O vasto apoio de outros partidos e o favorecimento concedido pela máquina eleitoral podem alterar a atual posição de Nunes na pesquisa.