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Funcionários da saúde do RJ fazem manifestação pelo piso salarial da enfermagem

Profissionais de enfermagem, incluindo enfermeiros e técnicos, realizaram uma manifestação na manhã desta sexta-feira (30) ocupando um dos sentidos da Avenida Presidente Vargas, na altura do metrô da Cidade Nova, no Rio de Janeiro. A lei que estabelece o piso salarial para a categoria foi aprovada e sancionada pelo Congresso Nacional. No entanto, o Sindicato […]

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Técnica de enfermagem Kátia Braga. Foto: Rhyan de Meira/ O Cafezinho

Profissionais de enfermagem, incluindo enfermeiros e técnicos, realizaram uma manifestação na manhã desta sexta-feira (30) ocupando um dos sentidos da Avenida Presidente Vargas, na altura do metrô da Cidade Nova, no Rio de Janeiro.

A lei que estabelece o piso salarial para a categoria foi aprovada e sancionada pelo Congresso Nacional. No entanto, o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência no Estado do Rio (Sindsprev/RJ) alega que essa legislação não está sendo cumprida pelas instituições de saúde federais, estaduais, municipais e privadas.


Foto: Rhyan de Meira / O Cafezinho

Kátia Braga é técnica de enfermagem da prefeitura do Rio, ela explica que o reajuste não chega na rede de saúde há cerca de 6 anos. A trabalhadora, que estava sentada na avenida, falou como é a sensação de trabalhar cuidando de pessoas, enquanto o Estado não tem o mesmo olhar pela categoria.

“A nossa família fica mal cuidada e a gente ganha mal. Eu já trabalhei em 4 empregos, já caí de uma passarela e quase morri por ficar indo de um emprego para o outro. Eu despenquei da passarela. Tenho que correr entre empregos para sustentar os estudos das minhas filhas”, disse Kátia.

Ela também denuncia que a categoria recebe falsas esperanças de pagamento sobre o novo salário, com previsões de pagamento que nunca chegam.

“Falam que vai pagar daqui a 30 dias, 60 dias, 90 dias… Estamos com salário defasado, e tem colegas da rede privada que estão sendo escravizados em escalas altas e sem folga, ganhando um salário mínimo e sendo esculhambado.”

Além do poder municipal e privado, a rede federal também não conta com o reajuste aprovado em lei. Sandra Ferrão é funcionária do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia) e estava na manifestação segurando uma cruz preta. Ela relatou que os funcionários do instituto também receberam esperanças do Ministério da Saúde, mas os pagamentos com o reajuste ainda não caíram.


Sandra (de blusa branca) ao lado de uma colega. Foto: Rhyan de Meira / O Cafezinho

“Essa luta pelo piso é desde o ano passado. Nós conseguimos conquistas e o projeto virou lei, só que aí o Supremo interviu. A lei foi aprovada e nem os funcionários que são federais estão recebendo ainda. A ministra (Nísia) nos recebeu e garantiu que iríamos receber o piso, mas ela voltou atrás e agora a gente tá na mão do STF, que não tinha nada a ver com essa história”, denunciou Sandra.

Os manifestantes acusam a judicialização como uma forma de lobby – pressão das redes privadas em cima do setor público – ou seja, eles denunciam que hospitais particulares estão unificados contra a aprovação da lei.

“A gente sabe que é um lobby dos hospitais particulares. É eles que não querem pagar o piso salarial pra enfermagem. Os colegas (da rede privada) precisam participar, o momento é esse”, disse Sandra.

Enquanto o reajuste não chega, os trabalhadores se veem abandonados pelo poder público e sem perspectiva de futuro.

“Eu tenho vontade de sair (da profissão) hoje. Eu estou há 25 anos mas quando olho pra trás, eu percebo que entreguei minha vida em um futuro incerto. Em breve eu vou me aposentar e o salário do aposentado não dá pra nada”, desabafou Kátia.

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Rhyan de Meira

Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira

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