Em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, chamando-o de “cidadãozinho” que tentou dar um golpe. A provocação veio após Lula ser questionado sobre sua opinião a respeito do regime democrático na Venezuela, afirmando que muitas vezes a oposição não aceita os resultados eleitorais.
— Não tivemos um cidadão aqui, um sabidinho que não quis aceitar o resultado eleitoral? Não tivemos um cidadãozinho aqui que quis dar golpe no dia 8 de janeiro? Tem gente que não quer aceitar o resultado eleitoral. Nem todo mundo é como Lula, que perdeu do (Fernando) Collor e aceitou o resultado, que perdeu duas vezes do Fernando Henrique Cardoso e aceitou o resultado, vai para a casa lamber as suas feridas, como diria o Brizola, e se prepara para outra luta; Destacou o presidente
Lula mencionou a criação de um grupo de amigos da Venezuela durante seu primeiro mandato, que contou com a participação de países como EUA, Espanha, Brasil e Argentina. Ele destacou a realização de um referendo legítimo no país vizinho e criticou a postura de Bolsonaro ao não aceitar os resultados eleitorais, fazendo referência à tentativa de golpe no dia 8 de janeiro.
O ex-presidente ressaltou sua postura ao aceitar os resultados eleitorais em suas derrotas para Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, afirmando que se recolheu para se preparar para novas batalhas, citando o político brasileiro Leonel Brizola.
Lula também defendeu o encontro histórico que teve com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto em maio, e contestou as acusações de que a Venezuela não vive sob um regime democrático, chamando-as de “narrativas”.
Em relação à interferência de países em assuntos internos de outros, Lula afirmou que as pessoas precisam respeitar os resultados das eleições e criticou a tentativa de eleger Juan Guaidó como presidente da Venezuela sem um processo eleitoral adequado. Ele enfatizou a importância das eleições para derrotar Maduro e instou a fiscalização de eleições justas.
Além disso, Lula mencionou que conversará com o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, para resolver problemas com a igreja no país. O ex-presidente expressou sua preocupação com a situação na Nicarágua desde os protestos de 2018 e destacou a necessidade de cada país conduzir seu próprio destino.
As declarações de Lula foram feitas durante sua participação no “Foro de São Paulo”, encontro que reúne partidos de esquerda da América Latina e do Caribe. Recentemente, Lula e seus aliados do PT traçaram uma estratégia para se distanciar do regime de Daniel Ortega, considerado por muitos como um regime totalitário.