Hacker da Vaza Jato, preso após revelar trabalho para Zambelli, é interrogado sobre invasão ao CNJ

Imagem: Reprodução / Twitter

Walter Delgatti Netto, também conhecido como o hacker por trás da Vaza Jato, foi chamado a responder a um inquérito investigando uma invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Delgatti mencionou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) durante seu depoimento, o que levou a Polícia Federal a examinar um possível envolvimento dela no episódio. A investigação gira em torno de uma falsa ordem de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, atribuída ao hacker.

O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) solicitou a prisão de Delgatti após este afirmar que estava gerenciando o site e as redes sociais da deputada Zambelli, contrariando a proibição de usar a internet. Ele foi preso em 2019 durante a Operação Spoofing que apurava a invasão das contas do Telegram de várias autoridades. Delgatti foi autorizado a responder em liberdade sob algumas condições, uma delas era não usar a internet de maneira alguma, nem mesmo aplicativos de mensagens.

O portal Brazilian Report, em fevereiro, citou Delgatti afirmando que estava trabalhando para a deputada Zambelli. O MPF destacou isso no pedido de prisão, bem como o fato de Delgatti ter feito compras online e usado um e-mail como chave pix para coletar doações, o que viola o banimento da internet. Ademais, não foi possível localizar o hacker nos endereços informados à justiça, uma vez que ele estava proibido de mudar de residência sem permissão.

A deputada Carla Zambelli respondeu aos questionamentos com uma nota, afirmando que Delgatti nunca foi um servidor de seu gabinete. Segundo ela, durante a reformulação de seu site oficial em 2022, a agência terceirizada ponderou a possibilidade de utilizar os serviços técnicos do Sr. Delgatti, mas o serviço nunca foi concluído. A reformulação do site da deputada foi finalizada por uma nova empresa em 2023. Quanto às declarações referentes ao inquérito sobre o CNJ, a deputada afirmou não ter conhecimento de qualquer situação relacionada e, portanto, optou por não comentar o caso.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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