A investida golpista ocorrida em 8 de Janeiro recebeu um suporte financeiro de mais de 500 mil reais para encher ônibus com indivíduos autointitulados “patriotas”, provenientes de 15 estados distintos em direção a Brasília.
Segundo o Metrópoles e conforme o relatório da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), foram utilizados 117 ônibus para transportar cidadãos brasileiros de todas as regiões do país até o ataque contra os princípios democráticos, totalizando um custo de 582 mil reais.
A coleta de informações realizada pela instituição foi conduzida com base em uma lista fornecida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), contendo todos os ônibus que solicitaram autorização para transportar passageiros com destino a Brasília durante o período de 1º a 8 de janeiro deste ano e foram apreendidos devido às invasões. O relatório final foi recentemente entregue à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Os patrocinadores contribuíram com quantias que variavam de R$ 100 a R$ 28 mil por ônibus contratado. Um exemplo é o caso de Jorginho Cardoso de Azevedo, de 61 anos, que foi um dos maiores investidores nessa empreitada. Ele desembolsou R$ 28 mil para contratar um ônibus no Paraná, o que possibilitou que 38 passageiros chegassem a Brasília uma hora antes do início da invasão ao Congresso.
Jorginho foi detido e está sob investigação no inquérito 4922 do Supremo Tribunal Federal (STF), que trata dos indivíduos considerados “executores materiais”. Essa investigação visa apurar acusações relacionadas a crimes como associação criminosa armada, subversão violenta do estado democrático de direito, tentativa de golpe de estado e danos qualificados.
Outro veículo partiu de Santa Cruz do Sul, localizado no município do Rio Grande do Sul, durante a noite do dia 6. Esse ônibus foi contratado pelo valor de R$ 20 mil e percorreu uma distância de 4.300 quilômetros, transportando 29 passageiros. Oito desses passageiros acabaram sendo detidos.
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