A crise interna que se instalou no PDT cearense desde as eleições passadas ainda deixa muitas feridas abertas. Isso porque o atual presidente da legenda, o deputado federal André Figueiredo, é alvo de insatisfação majoritária no partido.
Nos últimos tempos, Figueiredo tem tentado se manter no comando do partido em meio a guerra campal entre o grupo de Cid e Ciro Gomes. Porém, no meio desse processo, o parlamentar tomou lado e se aproximou do grupo oposicionista e minoritário de Ciro Gomes.
Resultado? Uma forte articulação nos bastidores, liderada pelo senador Cid Gomes e auxiliada pelo deputado federal Eduardo Bismarck (PDT-CE), para que o partido seja controlado pelo grupo majoritário, na representação de Cid, e volte a ser aliado formal do governo estadual e federal.
Em meio às tensões, o próprio ministro da Previdência, Carlos Lupi, foi convocado às pressas e desembarcou em Fortaleza no início da semana para tentar apaziguar o ambiente.
Em poucas horas, Lupi se reuniu com Cid e o próprio Figueiredo. Depois, teve uma conversa reservada com o ministro da Educação, Camilo Santana, e com governador Elmano de Freitas, ambos do PT.
O resultado dessa movimentação é que Lupi resolveu isolar o ex-ministro Ciro Gomes e o seu grupo político, sinalizando de forma muito clara que o PDT voltará a andar junto com o PT, sendo base de Elmano na Assembleia Legislativa.
Tanto é que nas últimas horas, o governo Lula aceitou a indicação de Cid para que o irmão, Lúcio Gomes, assuma a presidência da Companhia Docas do Ceará, estatal que administra o Porto do Mucuripe, em Fortaleza.
A nomeação é fruto de um acerto entre Lupi e Alexandre Padilha (ministro das Relações Institucionais). Sendo assim, é questão de tempo para que Lupi entregue o comando do diretório cearense do PDT a Cid Gomes, após a reunião de emergência marcada para o próximo dia 7 de julho, na sede estadual do partido.