Ministro do TSE afirma que Bolsonaro gerou ‘paranoia coletiva’

Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

Jair Bolsonaro incitou paranoia coletiva. É o que afirma o ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira (27), durante seu voto para tornar o ex-presidente inelegível por oito anos.

Entre argumentos fortes e um parecer desfavorável a Bolsonaro vindos do relator da ação em análise pelos parlamentares, o julgamento parece inclinar para a derrota do ex-presidente. A próxima reunião entre os seis membros da corte eleitoral irá acontecer na quinta-feira (29), às 9h.

Benedito Gonçalves, cujo voto ocupou toda a sessão de terça, afirmou que Bolsonaro desprezou o material produzido pelo TSE e escolheu espalhar notícias caluniosas sobre o sistema eleitoral do país em lives com embaixadores estrangeiros. A reafirmação da desconfiança do ex-presidente frente às eleições do país é um dos focos do processo.

“A reunião serviu para incitar estado de paranoia coletiva diante do amontoado de informações falsas ou distorcidas. Com material técnico não dominado pelo próprio orador”, afirmou o relator da ação e o primeiro a votar.

O ministro usou hipérboles e metáforas para ilustrar o que teria sido a gestão bolsonarista para o país, fundada em desconfianças, infração de princípios democráticos, tentativas de golpes e conspiracionismo.

“Cada vez que explorava as credenciais da Presidência da República para contestar a competência e a confiabilidade do TSE por meio de ataques à integridade dos magistrados e dos servidores, o primeiro investigado contribuiu para criar um curto-circuito cognitivo frente à pergunta básica que guia a espécie humana em sua exitosa jornada na produção de conhecimento coletivo: em quem confiar?”, disse Benedito.

Espera-se que o julgamento tenha conclusão na próxima sessão, com os votos dos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ): Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares; e dos membros do Supremo Tribunal Federal (STF): Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes.

Letícia Souza:
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