O ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, está sendo julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação.
O processo é relativo a reunião com os embaixadores realizada por Bolsonaro, onde o ex-presidente alegou, sem apresentar provas, que as urnas teriam sofrido um ataque hacker nas eleições gerais de 2018, colocando sob suspeita a confiabilidade do processo eleitoral brasileiro para as eleições de 2022. O encontro, que aconteceu em julho do ano passado, também foi transmitida pela TV Brasil, canal estatal, um dos agravantes do caso.
Na última terça-feira (27) o Ministro Benedito Gonçalves, relator do processo, apresentou a versão resumida de seu voto, que tinha cerca de 300 páginas, concluindo pela inelegibilidade de Bolsonaro. Ele seguiu o entendimento do parecer do vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco, apresentado no primeiro dia de julgamento, a última quinta (22).
O julgamento será retomado na próxima quinta-feira (29) e ainda conta com o voto de seis ministros do TSE. Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Carmem Lúcia (Vice-presidente do TSE), Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes (Presidente do TSE) poderão seguir ou ir contra o parecer apresentado pelo relator, decidindo pela confirmação ou não da inelegibilidade do ex-presidente.
Bolsonaro, segundo a jornalista Malu Gaspar do Globo, possui esperanças que o ministro Raul Araújo vote contra sua inelegibilidade, visto que os dois possuem posições ideológicas semelhantes. O ex-presidente também se escora na possibilidade de algum ministro pedir vistas do processo, o que poderia paralisar o julgamento por até 60 dias.
Caso a maioria dos Ministros vote pela inelegibilidade do ex-presidente, Bolsonaro só poderia voltar a se candidatar a partir das eleições de 2032.
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