O líder russo fala pela segunda vez a respeito do motim do grupo mercenário Wagner no último final de semana.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira (27) que os militares impediram uma guerra civil ao pararem a rebelião do grupo paramilitar Wagner no último final de semana.
Desde o motim do grupo paramilitar russo contra Putin, o presidente já se pronunciou duas vezes a respeito da questão – incomum para o líder da Rússia. A segunda declaração foi feita durante um discurso a militares nesta manhã no Kremlin.
No dia anterior, ele já havia falado à nação por meio de uma transmissão de TV. Nesta manhã, no entanto, Putin se dirigiu apenas a forças que participaram nas operações de resistência ao motim. “Nem o Exército, nem o povo russo estavam ao lado dos rebeldes”, disse.
Além de agradecer às unidades das Forças Armadas, da Guarda Nacional e das forças de segurança de Moscou, o presidente russo alegou que não foi preciso deslocar nenhuma tropa em exercício na Ucrânia para “manter a ordem” durante o motim.
Os mercenários se reuniram em Rostov e ameaçaram seguir até Moscou, porém suspenderam a ação quando o presidente da Bielorrúsia, Aleksandr Lukashenko, propôs um acordo entre os dois lados do conflito.
Conforme o acordo com o aliado de Putin, Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner, foi exilado na Bielorrúsia com a condição do governo russo não processá-lo.
Enquanto o chefe mercenário afirmou que só parou o avanço à capital “para não derramar sangue russo”, o presidente da Rússia voltou a afirmar que os mercenários não conseguiriam tomar Moscou, mesmo sem um cessar-fogo das tropas governamentais.
Putin também pediu um minuto de silêncio pelos helicópteros militares russos tombados na sexta-feira (23) pelo grupo Wagner. Segundo as tropas do motim, elas estavam se defendendo dos bombardeios da própria Rússia a uma base do grupo paramilitar na Ucrânia.
O presidente ainda irá se reunir nesta terça com membros do alto escalão das forças armadas e representantes da mídia estatal russa para discutir estratégias.
O chefe da Guarda Nacional do país também confirmou que o governo irá reforçar as tropas com mais tanques e armas pesadas, segundo a agência de notícias RIA.
Acordos com estrangeiros
O presidenta Bielorrúsia, Aleksandr Lukashenko, que havia intermediado o acordo entre as tropas mercenárias e o governo de Putin, afirmou nesta terça que deseja que os líderes do Wagner “compartilhem suas experiências” com o país.
O Vaticano também se pronunciou a respeito do motim do último final de semana, informando que enviará um representante do papa Francisco a Moscou, com o intuito de negociar a paz por intermédio da igreja católica.
O Santo Padre se ofereceu para ser porta-voz das conversas entre Moscou e Kiev, após repetidas críticas à invasão da Rússia à Ucrânia.
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