O maior investimento que o agronegócio já recebeu pode ser anunciado junto ao programa do Plano.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança nesta terça-feira (27) o Plano Safra 2023/2024, que contempla a produção ecológica no campo. Se aprovado, os agricultores podem receber o valor mais alto já concedido ao setor.
A proposta tem como foco a produção sustentável de alimentos e a agropecuária com baixa emissão de carbono. Segundo interlocutores do governo, a expectativa do valor dos recursos anunciados é de até R$ 430 bilhões para os trabalhadores no campo, quebrando o recorde do que já foi disponibilizado em outros anos.
Os altos valores indicam um movimento de aproximação do governo Lula com o agronegócio, maioria apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os aliados afirmam que há grande esforço do Palácio do Planalto para concretizar a aliança com o setor.
Nesta segunda, os parlamentares se reuniram para discutir pontos do Plano Safra. São eles o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da Agricultura, Carlos Fávaro, do Meio Ambiente, Marina Silva, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e integrantes da Frente Parlamentar de Agricultura (FPA).
“A FPA reforçou a proposta de que o volume de recursos que possibilite o agro a voltar a se financiar para custear e investir na safra, com taxas de juros compatíveis para desenvolver a atividade. Há muita preocupação com os juros elevados. Precisamos de um plano robusto”, disse o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), também presente.
Jardim destacou que o valor anunciado no ano passado foi de R$ 340 bilhões, equivalente a 79% do total dos recursos que podem ser anunciados neste ano. Ele elogiou a iniciativa do governo de destinar taxas diferenciadas aos produtores com boas práticas ambientais e pontuou alguns âmbitos para a distribuição dos recursos. Segundo o deputado, além do plantio e comercialização, o setor pede mais dinheiro para o seguro rural e o armazenamento de grãos.
Por outro lado, o deputado Evair de Melo (PP-ES) demonstra preocupação com o agronegócio no Brasil, que alimenta um clima de insegurança nos produtores.
“Não há nenhuma ‘bondade’ no plano safra. Agricultura é negócio a céu aberto e agricultor não tem contracheque. Esse gigante do agro que o Brasil se tornou é fruto de trabalho, ciência e muita teimosia. O plano safra é um oxigênio necessário para programar a partir das suas condições o tamanho da área que será plantada e o nível de novos investimentos. Infelizmente as condições políticas e as incertezas do Brasil atual não dão muitas esperanças para nossos agricultores”, afirmou Melo.
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