O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou medidas para equilibrar a nomeação de dois homens para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao indicar uma ministra negra para a corte nesta terça-feira, dia 27. Edilene Lôbo, advogada do PT e com apoio de setores do partido, assumirá uma vaga como ministra substituta.
A nomeação de Edilene Lôbo para uma posição no tribunal representa uma ala do PT, dos movimentos sociais, da esquerda e de uma parcela silenciada da população brasileira.
No mês passado, diante do término do mandato de dois ministros do tribunal, Lula selecionou dois homens como substitutos. Floriano Marques Neto e André Ramos Tavares, ambos com ligações com o presidente do tribunal, Alexandre de Moraes, foram escolhidos pouco antes do julgamento da primeira ação contra Jair Bolsonaro, o que gerou expectativas de votos pela condenação do ex-presidente.
A indicação de dois homens brancos para o TSE e um terceiro para o Supremo Tribunal Federal (STF), no caso Cristiano Zanin, gerou críticas por parte de setores do PT e da esquerda, que apontaram a falta de representatividade das minorias no topo do Judiciário.
Até o dia da nomeação de Floriano Marques e Ramos Tavares, assessores próximos a Lula acreditavam que ele indicaria Edilene Lôbo para uma das vagas no TSE. No entanto, de última hora, o presidente mudou de ideia e preferiu reforçar ainda mais a liderança de Moraes no Judiciário. Em jogo, estão 16 ações abertas contra Bolsonaro no TSE.