De acordo com a ata divulgada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a maioria dos membros acredita que a continuidade da queda da inflação pode permitir um corte de juros no início de agosto. O colegiado destacou a importância de manter a confiança na trajetória de desaceleração inflacionária, alertando para possíveis “reacelerações do processo inflacionário” caso os cortes sejam prematuros. O mercado financeiro já projeta uma redução dos juros para o próximo mês, enquanto o governo enfrenta pressões para a diminuição da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano – o maior patamar em seis anos e meio.
A ata revela que a estratégia do Copom é acumular confiança antes de iniciar um processo gradual de inflexão dos juros. Embora alguns membros tenham adotado uma postura mais cautelosa, ressaltando a necessidade de maior reancoragem das expectativas e evidências de desinflação nos setores mais sensíveis, a maioria acredita na possibilidade de redução das taxas devido ao processo desinflacionário em curso.
O documento também destaca a importância de fatores como a evolução da dinâmica inflacionária, as expectativas de inflação de longo prazo, as projeções internas do Banco Central, o hiato do produto e o balanço de riscos para definir os próximos passos da política monetária.
A redução dos juros tem sido uma demanda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que argumenta sobre o impacto dos juros altos no crescimento econômico e na geração de empregos. No entanto, o Copom reforça que a decisão dependerá da evolução da inflação e da consolidação do processo de queda, bem como da ancoragem das expectativas.
A ata também traz análises sobre a inflação ao consumidor, a desaceleração gradual da economia e os riscos envolvidos, como a inflação global, o cenário fiscal, a inflação acima das metas projetadas pelo mercado e fatores que podem pressionar ou reduzir o IPCA.
O Copom reafirma seu compromisso em conduzir a política de juros necessária para o cumprimento das metas de inflação, ressaltando a importância da paciência e serenidade na condução da política monetária. Os próximos passos dependerão da evolução da dinâmica inflacionária e do alcance das metas estabelecidas.