Parlamentares alinhados ao presidente Lula estão considerando a possibilidade de utilizar um processo no Tribunal de Contas da União (TCU) para pressionar a saída de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC). O processo em questão investiga supostas inconsistências contábeis no valor de R$ 1 trilhão no balanço do BC em 2019, apontadas pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Após investigações, os auditores do TCU concluíram que os demonstrativos contábeis do BC não respeitam integralmente a situação patrimonial, o resultado financeiro e os fluxos de caixa da instituição. No entanto, os auditores do Banco Central afirmam que não há problemas na contabilidade apresentada, sendo que os balanços dos anos seguintes foram aprovados sem ressalvas pelo próprio TCU.
O deputado federal Jhonatan, que assumiu como ministro do TCU em março deste ano, solicitou documentos e balanços adicionais ao BC, que estão sendo avaliados pela equipe técnica do tribunal. A estratégia discutida pelos parlamentares pró-Lula seria uma designação do BC e de Campos Neto pelo plenário do TCU, o que poderia levar ao processo de cassação do mandato do presidente do BC no Senado.
No entanto, líderes partidários aliados do governo, ministros do TCU e autoridades do Planalto acreditam que o processo ainda permite a defesa de Campos Neto, o que tem diminuído o interesse no caso. O presidente Lula e membros do governo têm criticado duramente o presidente do BC por manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, mesmo em um contexto de queda.
O Banco Central respondeu afirmando que se trata de uma mera divergência de interpretação entre o BC e a CGU sobre a divulgação das informações contábeis. O órgão destacou que as contas de 2019 foram auditadas e aprovadas sem ressalvas pela empresa de auditoria independente KPMG, e que as divergências interpretativas não têm impacto no resultado do BC nem em seu patrimônio líquido.
Paulo
26/06/2023 - 22h11
Essa rixa entre Governo e BC parece a mim ter alto conteúdo político, ao contrário do que pensam alguns, que o reduzem ao mero economicismo…Posso estar enganado…E adianto que, nessa matéria, dou razão ao Governo…